No verão de 2016, na ressaca da conquista do Europeu de França, Rafa Silva foi capa dos jornais desportivos portugueses dia sim, dia não. O então avançado do Sp. Braga tinha realizado uma época impressionante, marcando 12 golos em 50 jogos ao serviço dos bracarenses e afirmando-se como a peça chave e fulcral na equipa orientada por Paulo Fonseca. A transferência de Rafa para um “grande”, apesar de um Campeonato da Europa onde só foi recolher a medalha de campeão, era certa: se para FC Porto ou Benfica, ninguém sabia.
A novela arrastou-se durante mais de um mês – primeiro parecia mais perto do Dragão, depois estava certo no Benfica, mais tarde voltou a estar confirmado na Invicta e acabou mesmo por assinar pelos encarnados. No dia 1 de setembro de 2016, já depois de Rafa ter realizado um jogo com o Sp. Braga, o Benfica anunciou que o avançado ia mesmo para a Luz a troco de 16,5 milhões de euros. Era a grande contratação do ano e a grande aposta no futuro. Mas de capa de jornal, Rafa passou a falhanço do ano.
⏰ 53’ | Chaves 0-1 Benfica
Para além do golo, Rafa já soma 7 acções defensivas. Só Fejsa tem mais no #SLB#LigaNOS #GDCSLB #ValentesTransmontanos #Reconquista pic.twitter.com/8mTHXGQbzk
— GoalPoint (@_Goalpoint) September 27, 2018
O avançado não se conseguiu afirmar como solução de confiança de Rui Vitória e só marcou o primeiro golo com a camisola encarnada ao 14.º jogo. As exibições inconstantes deixaram-no muitas vezes no banco e fizeram com que deixasse também de ser opção para Fernando Santos, falhando o Mundial 2018. Foi rotulado de promessa adiada, falhada ou eterna – imaginou-se a saída, o empréstimo, a transferência. Mas Rafa ficou. E ficou tempo suficiente para mostrar porque é que fez capas de jornais no verão de 2016.
Na ainda curta temporada 2018/19, Rafa já leva quatro golos: mais do que na totalidade das outras épocas na Luz. Esta quinta-feira, foi o timoneiro de um ataque que passou por momentos de poucas ideias e desbloqueou situações de autêntico aperto. Bisou na partida, fez o que pôde para evitar o empate e no final do jogo foi consolado pelos colegas de equipa que reconheceram que foi o melhor de camisola encarnada que esteve dentro de campo. Rui Vitória perdeu Jardel, Gabriel e Conti em Chaves; mas ganhou a certeza de que o reforço Rafa Silva finalmente chegou, com dois anos de atraso.