O número de mortos na sequência do terramoto de magnitude 7,5 seguido de tsunami, que abalaram na sexta-feira a ilha de Celebes, na Indonésia, subiu para 832, segundo um novo balanço divulgado este domingo pelas autoridades locais.
De acordo com o porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Desastres, Sutopo Purwo Nugroho, o número de mortos na sequência da catástrofe aumentou para 832 pessoas. A maioria das vítimas (821) registou-se em Palu, cidade com cerca de 350.000 habitantes na costa oeste de Celebes, havendo também registo de mortes (11) em Dongalla.
No entanto, a Cruz Vermelha Internacional já alertou que há pouca informação sobre Donggala, cidade de difícil acesso, afirmando ser “extremamente preocupante”. “Isto já é uma tragédia, mas pode ser pior”, lê-se num comunicado divulgado por aquela organização. As falhas nas comunicações têm dificultado os trabalhos das equipas de busca e salvamento no terreno, mas as agências internacionais falam em centenas de feridos a receber tratamento médico em tendas improvisadas no exterior.
Ao início da noite de sábado, a contabilização estava ainda nos 432 mortos. Mas esse era “o número registado apenas em Palu [capital da província Celebes Central]. Não inclui[a] o número de mortos nos distritos de Donggala e Sigi”, afirmou o diretor da Agência Nacional de Gestão de Desastres (BNPB, sigla em inglês), Wilem Rampangilei, em declarações à agência de notícias indonésia, Antara. De acordo com o responsável, não há ainda dados relativos ao número de vítimas naqueles dois distritos devido às falhas nas comunicações. “Até hoje à noite, dez mil pessoas deslocadas foram alojadas em 50 locais na cidade de Palu. Foi-lhes dado abrigo, comida e medicamentos”, disse.
As autoridades na Indonésia tinham elevado hoje para 384 o número de mortos na série de terramotos e tsunamis que atingiram a ilha de Celebes na sexta-feira e que também causaram uma extensa destruição. Há ainda pelo menos 540 feridos e 29 desaparecidos, de acordo com dados provisórios.
A maioria das vítimas registou-se em Palu, cidade com cerca de 350.000 habitantes na costa oeste de Celebes, indicou Sutopo Purwo Nugroho, porta-voz da agência de catástrofes, que pediu “pessoal, voluntários e equipamento específico” para ajudar nas operações de socorro e limpeza.
Os hospitais de Palu que mais mortes reportaram à agência situam-se em Bhayangkara (161) e em Undata Mamboro Palu (141).
A catástrofe deixou mais de mil edifícios destruídos ou danificados e a missão mais importante agora é restabelecer a luz e as comunicações.
Técnicos de telecomunicações e transporte aéreo que chegaram esta manhã ao aeroporto de Palu já estão a trabalhar na reparação de algumas instalações elétricas danificadas. O aeroporto de Palu, que opera voos nacionais, continua encerrado desde sexta-feira, após danos causados pelo sismo, que também afetou pontes, hospitais e portos. Estão a funcionar os aeroportos de Poso, Toli-Toli, Luwuk Bangai e Mamuju, todos na mesma região.
As autoridades confirmaram a formação do tsunami depois de vários vídeos locais mostrarem nas redes sociais como Palu, situada numa estreita baía, era atingida com força pelas ondas.
A agência de geofísica emitiu um alerta de tsunami após o terramoto de magnitude 7,5 para advertir para ondas entre meio metro e um máximo de três metros na zona de Palu.
Segundo os vídeos gravados por particulares, a tromba de água que entrou na praia Talise de Paulu arrastou estruturas e veículos da costa e chegou a uma mesquita já afetada pelo terramoto, por entre os gritos dos residentes.
[Veja as imagens da destruição na ilha de Celebes]
O terramoto de 7,5 na escala de Richter foi precedido, três horas antes, por outro de 6,1, que provocou a morte a uma pessoa e ferimentos em 10, além do desabamento de várias casas.
A Indonésia assenta sobre o chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma zona de grande atividade sísmica e vulcânica onde em cada ano se registam cerca de 7.000 terramotos, a maioria moderados.
Entre 29 de junho e 19 de agosto, pelo menos 557 pessoas morreram e quase 400.000 ficaram deslocadas devido a quatro terramotos de magnitudes compreendidas entre 6,3 e 6,9, que sacudiram a ilha indonésia de Lombok.
A ilha turística perto de Bali, no sul da Indonésia, foi atingida por dois fortes terramotos a 29 de julho e a 5 de agosto, seguidos por réplicas, e de um novo sismo de magnitude 6,9 a 19 de agosto.
Em dezembro de 2004, um sismo de magnitude 9,1 ao largo de Sumatra, no oeste da Indonésia, provocou um tsunami que matou 230 mil pessoas numa dezena de países.