Está neste momento ativo um incêndio de grandes proporções que começou numa zona de mato cerrado, junto ao Convento da Peninha, em Sintra. O incêndio deflagrou por volta das 22h50, alastrou-se entretanto a Cascais e está a ser combatido por 738 bombeiros, apoiados por 220 veículos, indica o site da Proteção Civil. Com o raiar do dia as autoridades começaram a usar também cinco aviões (dois deles pesados) e um helicóptero no combate às chamas.
O ataque incêndio na noite de sábado deixou dois bombeiros ligeiramente feridos. Uma casa foi afetada pelas chamas e 47 pessoas tiveram de ser retiradas das suas habitações, informou a Proteção Civil já na madrugada de domingo.
“Temos dois bombeiros feridos leves, que não inspiram cuidados, foram assistidos no local. E temos danos confirmados num veículo ligeiro e num anexo de madeira que ardeu na Figueira do Guincho e numa casa de habitação e dois anexos na zona da Biscaia”, adiantou o comandante distrital de Lisboa da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANMP), André Fernandes.
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Nos primeiros momentos do incêndio, o presidente da câmara de Sintra, Basílio Horta, fez um ponto de situação alarmante à CMTV, quando estava no posto de comando no combate ao fogo: “É uma coisa terrível, estou no posto de comando, mas se calhar temos de ir embora porque o fogo está a descer e está a chegar aqui. Estão quase 400 homens a combater mas não temos meios aéreos”. Audível no contacto telefónica era o intenso vento que se fazia sentir na zona.
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De início, as chamas começaram numa zona sem povoações perto, mas a intensidade do vento alastrou o incêndio com bastante velocidade. De acordo com o que apurou o Observador, foram evacuadas casas na povoação de Biscaia (Alcabideche, perto da praia do Guincho), na aldeia de Almoinhas (Alcabideche) e em Figueira do Guincho, a menos de um quilómetro de Biscaia. Por volta das 02:10 o incêndio evoluiu para duas frentes de fogo.
De acordo com a SIC, o fogo também terá atingido casas na localidade de Malveira da Serra. A aldeia da Charneca (Cascais) também foi evacuada, por precaução.
Pouco antes, o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, tinha afirmado — citado pela Lusa — que não existia “registo de casas ardidas, vítimas mortais ou feridos, na sequência do incêndio”. “Se existir a necessidade de evacuação, apelo que os cidadãos respondam de forma positiva”, disse.
Carreiras disse ainda que os meios que estão a ser usados nas operações têm sido os aconselháveis. “A velocidade do vento pode acelerar em termos de terreno”, mas as autoridades estão a dar uma resposta positiva, afirmou.
Serra de Sintra a arder …. pic.twitter.com/6pgcP4CvQu
— vitor chambel (@chambel66) October 6, 2018
O Presidente da República esteve em Sintra na noite de sábado, tendo reunido com Basílio Horta nos Paços do Concelho. Marcelo Rebelo de Sousa chegou aos Paços do Concelho cerca das 00:45 para acompanhar, juntamente com o presidente da autarquia, a evolução do incêndio. Saiu quase duas horas depois e, de acordo com a Lusa, foi depois para Cascais, onde também esteve reunido com Carlos Carreiras.
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O fogo, impulsionado pelo vento, também chegou à localidade da Malveira da Serra, no concelho de Cascais. De acordo com a Proteção Civil, a Estrada Nacional 247 permanece cortada entre Malveira da Serra e o Cabo da Roca.
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Carlos Carreiras deu conta que as autoridades estão prontas para evacuar localidades e habitações isoladas perto do Guincho. “Estamos três passos à frente” do fogo, disse.
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Logo do início do combate às chamas, o destacamento da GNR em Sintra contactou o Comando Distrital de Operações de Socorro de Lisboa.
Segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a Capela de Nossa Senhora da Penha ou Santuário da Peninha “é um edifício situado numa elevação da Serra da Sintra, na freguesia de Colares, no concelho de Sintra, em Portugal. Foi edificada no fim do século XVII por Frei Pedro da Conceição”.
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Serra de Sintra está a arder
— Tomás (@tomasp_alves) October 6, 2018
Entretanto, em nove minutos (entre as 00:16 e as 00:25) deflagraram em Odivelas e Sintra mais três incêndios considerados preocupantes pela Proteção Civil. O primeiro teve início às 00:16 em Agualva-Cacém (Sintra, distrito de Lisboa) e esteve a ser combatido por mais de uma dezena de homens e uma viatura. Às 00:21 outro fogo foi detetado no Bairro dos Carrascais (Odivelas), envolvendo agora 14 homens e 4 carros. O terceiro fogo foi em Caneças.
Horas antes do início deste incêndio na Serra de Sintra, o comandante operacional da Proteção Civil Pedro Nunes tinha chamado à atenção para o perigo das atuais condições meteorológicas. O risco de incêndio vai manter-se elevado em todos os distritos até ao dia 10 de outubro, completou.
“Para os próximos dias, podemos esperar condições meteorológicas muito idênticas aquelas que temos vindo a observar desde dia 1, ou seja, um tempo seco, com bastante vento, moderado a forte, com especial incidência nas terras altas. A humidade relativa vai permanecer extremamente baixa, quer no período diurno quer no período noturno”, tinha afirmado do comandante.
Proteção Civil. Cerca de 640 fogos desde 01 de outubro, risco mantém-se elevado