O funcionário do Sporting Bruno Jacinto, suspeito de envolvimento nos incidentes de 15 de maio, na academia do clube, em Alcochete, vai aguardar o desenvolvimento do inquérito em prisão preventiva, foi anunciado esta quarta-feira.

Após mais de três horas de interrogatório, o juiz de instrução criminal do Tribunal do Barreiro, no distrito de Setúbal, justificou a aplicação da medida de coação de prisão preventiva a Bruno Jacinto, que à data dos incidentes em Alcochete era oficial de ligação aos adeptos, por considerar que existe perigo de fuga, de perturbação do inquérito e de continuação da atividade criminosa.

Detido na terça-feira, Bruno Jacinto está indiciado, entre outros, pela prática, em coautoria, de mais de 20 crimes de ameaça agravada, 12 crimes de ofensa à integridade, 20 crimes de sequestro e um crime de terrorismo.

Bruno Jacinto é já o 38º elemento em prisão preventiva por alegado envolvimento nos incidentes de 15 de maio na academia do Sporting, em Alcochete, em que cerca de 40 alegados adeptos do clube, encapuzados, agrediram alguns jogadores, treinadores e staff. Os 38 arguidos que estão em prisão preventiva, entre eles o antigo líder da claque Juventude Leonina Fernando Mendes, são todos suspeitos da prática de diversos crimes, designadamente dos crimes de terrorismo, ofensa à integridade física qualificada, ameaça agravada, sequestro e dano com violência.

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Na sequência do ataque à academia do Sporting, nove futebolistas rescindiram os contratos com o clube. Rui Patrício, Rafael Leão, Daniel Podence, Gelson Martins e Ruben Ribeiro saíram em litígio com o Sporting e transferiram-se para outros clubes. Bas Dost, Bruno Fernandes e Rodrigo Battaglia voltaram atrás na decisão de abandonar o Sporting, enquanto William Carvalho saiu para o Bétis, de Espanha, após acordo do clube espanhol com os leões.

Bruno Jacinto deixou Sporting na semana passada. Hoje, foi detido. O que dizem os autos sobre ele?

Já no início deste mês, o Tribunal da Relação de Lisboa manteve em prisão preventiva oito dos suspeitos do ataque, revelou a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa. O Tribunal da Relação de Lisboa ainda tem de pronunciar-se sobre os restantes recursos interpostos pela maioria dos detidos neste processo.