A passagem da tempestade Leslie nos concelhos de Montemor-o-Velho, Coneixa-a-Nova, Soure, Marinha Grande, Cantanhede e Leiria, causou prejuízos na ordem dos 45,8 milhões de euros, de acordo com as estimativas divulgadas pelas autarquias esta quarta-feira à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), que admite que podem vir a ser contabilizados mais danos.
As estimativas, que foram comunicadas à CCDR, resultam de “um levantamento exaustivo dos danos e prejuízos causados pela tempestade” que assolou especialmente alguns concelhos dos distritos de Coimbra, Leiria e grande parte da região Centro do país.
Montemor-o-Velho
A tempestade causou prejuízos superiores a 21 milhões de euros em Montemor-o-Velho, no distrito de Coimbra, de acordo com uma primeira estimativa divulgada esta quarta-feira pela autarquia, que admite que este montante “pode vir ainda a aumentar”.
“Mais de 40 colaboradores da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, todos os presidentes de Junta e as suas equipas, voluntários e particulares fizeram uma recolha exaustiva diretamente junto dos lesados”, explica o presidente do município, Emílio Torrão, em nota enviada esta quarta-feira à agência Lusa.
O autarca agradece “o esforço de todas estas pessoas que voluntariamente colaboraram nesta tarefa ciclópica”, uma tarefa tornada ainda mais difícil pelos “apertados prazos” impostos pela CCDR para a realização de um primeiro levantamento dos danos provocados pela tempestade.
Emílio Torrão faz votos agora de que o Governo “dê uma resposta” às pessoas afetadas. “Espero que todo este trabalho não tenha sido em vão e que todas as expectativas criadas nas pessoas não sejam frustradas”, avisa.
Desde domingo, dia em que o concelho foi visitado pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, foram recolhidos mais de 1.500 processos. Os prejuízos em habitações permanentes, unidades económicas, equipamentos associativos, recreativos, desportivos e IPSS e de infraestruturas e equipamentos municipais foram avaliados em 11.292.395 euros.
A este montante junta-se a estimativa de dez milhões de euros de prejuízos sofridos pelos agricultores do concelho, segundo uma levantamento que está a ser conduzido pela Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, com o apoio da autarquia. Como este levantamento está ainda a decorrer no Baixo Mondego, admite-se que o montante dos prejuízos participados venha ainda a aumentar.
A autarquia relembra que, na segunda-feira, o secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, anunciou, em Montemor-o-Velho, a atribuição de apoios a fundo perdido no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural PDR2020 para infraestruturas, instalações e equipamentos agrícolas e também para perdas em animais e culturas permanentes.
Em relação às culturas anuais, o governante informou que os danos estão cobertos pelo Sistema de Seguros de Colheitas, financiado pelo Ministério da Agricultura a 60%, relembra a autarquia.
Neste contexto, Emílio Torrão aconselha os munícipes “a acionarem os seguros de imediato, a fazerem prova fotográfica de todos os danos, sendo certo que nenhum apoio seria concedido a entidades ou a pessoas que estejam cobertas pelo seguro ou onde exista necessidade de seguro obrigatório”.
O autarca deixa uma promessa: “Da minha parte, tudo farei para que o concelho de Montemor-o-Velho não seja esquecido nestas horas difíceis”.
Condeixa-a-Nova
Os prejuízos provocados pela tempestade Leslie no concelho de Condeixa-a-Nova, no distrito de Coimbra, ascendem a cerca de 4 milhões de euros, disse esta quarta-feira à agência Lusa o presidente da Câmara, Nuno Moita.
De acordo com estimativas provisórias da autarquia, mais de metade daquele montante (cerca de dois milhões e 570 mil euros) relaciona-se com os estragos ocorridos em empresas de diversos setores de atividade, excluindo o setor agrícola, cujos danos, designadamente em estufas, representam cerca de 400 mil euros.
As infraestruturas e equipamentos municipais sofreram prejuízos avaliados em perto de um milhão de euros, cerca de 600 mil euros dos quais dizem respeito às piscinas municipais, cuja reparação deverá demorar quatro/cinco meses, admitiu Nuno Moita, adiantando que, para tornar o processo menos moroso, a obra será adjudicada por ajuste direto.
Os prejuízos provocados pelo temporal em habitações e outras edificações estão calculados em cerca de 150 mil euros, disse ainda o presidente da Câmara, recordando que cinco famílias ficaram desalojadas (entretanto realojadas pela Câmara) e prevendo que possam regressar às suas casas dentro de pouco tempo, “talvez cerca de 15 dias”.
Estes valores referem-se apenas a “prejuízos diretos”, sublinha o autarca, referindo que há empresas do concelho, designadamente de cerâmica, que tiveram de reduzir ou mesmo interromper a laboração.
As piscinas municipais (frequentadas por cerca de duas mil pessoas por mês) são geridas por uma empresa privada e os seus cerca de 30 funcionários ficam sem trabalho enquanto o complexo não voltar a funcionar, exemplifica o autarca.
Os estragos provocados no concelho de Condeixa-a-Nova ocorreram em “apenas minutos”, que foi o espaço de tempo em que a tempestade Leslie ali se manifestou, refere Nuno Moita, para sublinhar a sua violência.
Naquele período caíram mais de três centenas de árvores e registaram-se cerca de 60 interrupções de estrada, acrescenta o autarca, destacando a “atuação excecional” dos Bombeiros Voluntários da vila.
“Este tipo de fenómenos vai ser, tudo indica, cada vez mais frequente”, prevê Nuno Moita, defendendo ser necessário uma adaptação e uma preparação “para eles”.
Condeixa-a-Nova foi um dos seis concelhos do distrito de Coimbra que acionaram o Plano de Emergência Municipal, na sequência da tempestade, que se fez sentir com maior intensidade neste distrito, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil.
A passagem do furacão Leslie por Portugal, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados, 57 dos quais no distrito de Coimbra.
Durante uma visita, na terça-feira, a alguns dos locais atingidos pelo temporal no concelho de Condeixa-a-Nova, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, assegurou que vão existir os recursos necessários para apoiar as populações e as autarquias afetadas pela tempestade Leslie.
Soure
O município de Soure, prevê um prejuízo superior a sete milhões de euros com o furacão Leslie, disse quarta-feira o seu presidente.
Os prejuízos no concelho chegavam a 6,8 milhões de euros quarta-feira de manhã, mas os valores “continuam em permanente atualização pelos diversos setores”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Soure, Mário Jorge Nunes.
Esta contabilização dos gastos ainda não inclui o setor agrícola, cujo levantamento dos prejuízos está a ser feito em paralelo, acrescentou.
Segundo o autarca, nas habitações haverá prejuízos na ordem dos dois milhões de euros, contabilizando-se cerca de cinco mil casas afetadas.
Algumas apenas necessitam de apoios simples, entre os 300 e os 500 euros, e outras com danos mais complexos na ordem das várias dezenas de milhares de euros, com prejuízos grandes nas coberturas e em painéis solares”, explicou Mário Jorge Nunes.
Na área empresarial, a autarquia já identificou cerca de 2,5 milhões de euros de danos, nomeadamente relacionados com prejuízos em coberturas em instalações industriais, e, no setor social, haverá um prejuízo de quase de dois milhões de euros em instituições de solidariedade social e em associações recreativas e culturais.
De acordo com o autarca, há também vários equipamentos municipais danificados, bem como estragos em igrejas e capelas do concelho de Soure.
Na área agrícola, registam-se danos em instalações, bem como nas culturas, onde os agricultores não terão apoios diretos, tendo que “recorrer aos seguros de colheita”, aclarou Mário Jorge Nunes.
A maioria das escolas do município já reabriu hoje, continuando de portas fechadas uma escola de primeiro ciclo e um jardim-de-infância na localidade de Sobral e ainda o Instituto Pedro Hispano, escola privada com contrato de associação.
Mário Jorge Nunes acredita que todas as escolas estarão a funcionar na quinta-feira.
A tempestade Leslie provocou 28 feridos ligeiros, 61 desalojados e quase 1.900 ocorrências comunicadas à Proteção Civil, de acordo com o balanço desta autoridade.
Dos 61 desalojados, 57 são do distrito de Coimbra.
Marinha Grande
Os prejuízos provocados pelo furacão Leslie no concelho da Marinha Grande, no distrito de Leiria, rondam os 5 milhões de euros, anunciou quarta-feira a autarquia.
Numa nota enviada à agência Lusa, a presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, Cidália Ferreira (PS), informa que os “danos públicos e de particulares provocados pela tempestade Leslie no concelho estão, neste momento, estimados em cerca de cinco milhões de euros”.
Cidália Ferreira acrescenta na mesma nota que “os serviços municipais estão a fazer o levantamento exaustivo de todas as situações de prejuízo”, para que sejam depois comunicados à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
“Temos garantida a reabertura no dia de amanhã (18 de outubro) da única escola sob a tutela do Município que ainda permanecia encerrada, depois da resolução das principais reparações na escola do 1º ciclo do ensino básico da Praia da Vieira”, revela a presidente citada na nota.
De acordo com informações recolhidas pela Lusa junto da Escola Secundária José Loureiro Botas, em Vieira de Leiria, o estabelecimento manteve-se no dia de hoje encerrado, esperando-se que possa reabrir na quinta-feira.
Cidália Ferreira adiantou ainda que as equipas do Município continuam no terreno a “proceder às operações de limpeza e reparação dos estragos decorrentes da tempestade que assolou o concelho, no último fim de semana”.
A passagem do furacão Leslie por Portugal, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados, 57 dos quais no distrito de Coimbra.
Durante uma visita, na terça-feira, a alguns dos locais atingidos pelo temporal no concelho de Condeixa-a-Nova, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, assegurou que vão existir os recursos necessários para apoiar as populações e as autarquias afetadas pela tempestade Leslie.
Cantanhede
Os prejuízos provocados pelo furacão Leslie no concelho de Cantanhede, distrito de Coimbra, ascendem a “pelo menos” 7 milhões de euros, disse quarta-feira à agência Lusa a presidente da Câmara, Helena Teodósio.
Aquele valor corresponde a uma estimativa provisória e por defeito, sublinhou a autarca, referindo que ao gabinete de apoio às vítimas do furacão Leslie, entretanto criado pela Câmara (para “prestar informações e auxiliar a população, dentro das suas competências, na resolução dos problemas ainda existentes no concelho e levantamento dos estragos provocados pela passagem da tempestade”), “não param de chegar pessoas” para darem conta dos prejuízos sofridos.
“Estes valores estão, infelizmente, em constante atualização”, destacou Helena Teodósio, assegurando que não gosta de “exagerar os números” e as situações.
De acordo com estimativas provisórias da autarquia, cerca de um milhão de euros daquele montante diz respeito a estragos ocorridos em infraestruturas e equipamentos municipais, referiu a autarca, calculando que só a reposição da sinalética implique um investimento da ordem dos 250 mil euros.
O estado em que ficou o parque de lazer e praia fluvial das Sete Fontes, na freguesia de Ourentã, “é uma dor de alma”, exemplifica a presidente da Câmara de Cantanhede, explicando o sentimento designadamente com as árvores derrubadas pelo temporal.
Empresas, habitações, unidades de saúde e outras entidades, como escolas ou instituições particulares de solidariedade social, sofreram danos da ordem dos seis milhões de euros, de acordo com as primeiras estimativas da autarquia, cujas 14 freguesias foram “todas atingidas” pelo temporal, sobretudo na zona norte do concelho.
O Hospital João Crisóstomo, na cidade de Cantanhede, e o Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro Rovisco Pais, na vila da Tocha, registam prejuízos num valor global da ordem do meio milhão de euros, adiantou, apoiada em cálculos das administrações das duas unidades de saúde.
Há, por outro lado, uma “quantidade enorme de munícipes” cujas casas foram afetados pela tempestade Leslie e que não possuem os respetivos seguros, disse ainda Helena Teodósio, admitindo que os imóveis nesta situação podem representar prejuízos de cerca de meio milhão de euros.
“Já estão todas as escolas” do concelho a funcionar em pleno, disse a autarca, recordando que diversos estabelecimentos de ensino não funcionaram na segunda e na terça-feira essencialmente por falta de energia elétrica, que também obrigou à interrupção do fornecimento de água.
O fornecimento de energia elétrica ainda não está completamente restabelecido no concelho, mas são já relativamente poucas as situações em isso acontece.
Mantém-se, contudo, o recurso a geradores e a uma central provisória, na Tocha, referiu Helena Teodósio, indicando que, numa iniciativa inédita, a autarquia e a EDP criaram um gabinete na Câmara de Cantanhede para as pessoas darem conta da falta e outros problemas relacionadas com a energia elétrica nas suas residências, estabelecimentos e outros espaços afetados pelo Leslie, já que as dificuldades que subsistem se relacionam com a distribuição em baixa tensão.
“Temos muito a aprender” com esta tempestade, para a qual Cantanhede se preveniu “na medida possível”, concluiu a presidente da Câmara, enaltecendo o “esforço das pessoas”, desde funcionários do município e de empresas, como a EDP, aos bombeiros e à Proteção Civil, com “horas e horas consecutivas de trabalho e dedicação”.
A passagem do furacão Leslie por Portugal, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados, 57 dos quais no distrito de Coimbra.
Leiria
O Município de Leiria estima que os prejuízos provocados pelo furacão Leslie no concelho sejam de “pelo menos” dois milhões de euros, disse à agência Lusa o vereador Ricardo Santos.
Ainda com um levantamento provisório, faltando, por exemplo, apurar os prejuízos de algumas freguesias, como Monte Redondo e Carreira, que estão entre as localidades mais afetadas pela passagem da Leslie, Ricardo Santos afirmou que, “no mínimo, os prejuízos rondam os dois milhões de euros”.
“Sabemos que há uma empresa que está encerrada e os prejuízos serão elevados, mas ainda não temos os dados apurados. Os números são ainda provisórios, mas acreditamos que podem ser bem mais superiores”, acrescentou Ricardo Santos.
O presidente da Câmara revelou à Lusa, na segunda-feira, que foram registadas cerca de 100 ocorrências entre sábado à noite e a manhã de domingo.
“Houve danos no parque de campismo do Pedrógão, vários sinais de trânsito derrubados, árvores partidas e ramos espalhados pelas estradas. No terreno estão várias equipas a proceder a trabalhos de limpeza para voltarmos à normalidade o mais rápido possível”, disse, na altura.
Apesar da queda de chaminés e de “muitas telhas partidas”, Raul Castro garantiu que não há situações de desalojados ou deslocados.
A passagem do furacão Leslie por Portugal, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados, 57 dos quais no distrito de Coimbra.
Durante uma visita, na terça-feira, a alguns dos locais atingidos pelo temporal no concelho de Condeixa-a-Nova, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, assegurou que vão existir os recursos necessários para apoiar as populações e as autarquias afetadas pela tempestade Leslie.