Brendan Iribe, cofundador da Oculus, a empresa de realidade virtual comprada pelo Facebook por dois mil milhões de dólares, demitiu-se. Em menos de um mês é a terceira demissão de um fundador de uma empresa comprada por Mark Zuckerberg, presidente executivo e fundador do Facebook, depois de os fundadores do Instagram se terem demitido em setembro. Motivo? Um já comum nestas saídas, como noticia o TechCrunch: visões diferentes.
Quando os fundadores do Instagram saíram do Facebook também foram referidas divergências com a liderança de Mark Zuckerberg. O mesmo aconteceu quando Jan Koum, cofundador do WhatsApp que foi comprado pelo Facebook por 19 mil milhões e dólares. Koum demitiu-se em maio depois do caso Cambridge Analytica e falou que estava “desgastado pelas diferenças de abordagem” do Facebook para o futuro.
No caso de Brendan Iribe, que era presidente executivo da Oculus, a desilusão que levou a esta demissão foi pela forma como o Facebook está a investir na realidade virtual, avança fonte do mesmo meio. Depois de a empresa ter anunciado os Oculus Go em maio, um dos primeiros equipamentos de realidade virtual que funciona autonomamente sem precisar de um computador ou smartphone, cancelou os Oculus Rift 2. Este último equipamento ia substituir os Oculus Rift, os óculos de realidade virtual topo de gama da empresa que precisam de estar ligados a um computador.
Como a aposta vai ser em equipamentos que oferecem experiências menos imersivas, mas que são mais baratos, Brendan Iribe terá ficado desiludo por não poder melhorar as atuais experiências. O antigo responsável da Oculus fez um post no Facebook a anunciar a saída e a agradeceu a Mark Zuckerberg. Contudo, refere que a tecnologia atual de realidade virtual e realidade aumentada ainda tem muito para melhorar.
https://www.facebook.com/brendaniribe/posts/10156690409218749
A Oculus foi criada em julho 2012 por Palmer Luckey, Brendan Iribe, Michael Antonov e Nate Mitchell. Em abril do mesmo ano, a empresa lançou um projeto de crowdfunding para os primeiros óculos de realidade virtual. A tecnologia desenvolvida pela empresa iniciou um novo investimento num mercado que tem crescido exponencialmente. Vendo o valor da empresa que foi percursora na nova aposta em realidade virtual, o Facebook comprou, em 2014, a Oculus.
Ao TechCrunch, o Facebook afirmou que apesar do cancelamento do Rift 2, não vai deixar de investir na tecnologia de realidade virtual para computadores e que está a preparar uma nova versão dos Oculus Rift para o futuro.