O Facebook comprou o Instagram por mil milhões de dólares em abril de 2012, no mesmo mês em que a rede social passou a estar disponível também para Android (inicialmente era exclusiva do iOS, da Apple). A compra da empresa fundada por Kevin Systrom e Mike Krieger manteve ambos em funções como presidente executivo e diretor financeiro. Contudo, esta terça-feira, soube-se que Systrom e Krieger vão abandonar a rede social. Razão? Querem “construir coisas novas”. Mas parece não ser bem essa a razão.

Fundadores do Instagram deixam rede social para “construir coisas novas”

Os fundadores do Instagram, uma rede social de partilha de fotografias que tem ganho sucesso em relação ao Facebook, terão saído por terem “perdido autonomia” na liderança da empresa, revela o TechCrunch. Depois de, em maio, ter havido uma reestruturação na empresa liderada por Mark Zuckerberg, quem ficou responsável pelo Instagram foi Adam Mosseri, que é muito próximo do presidente executivo do Facebook. Esta nova liderança desiludiu os fundadores que já não estavam contentes com o rumo que o Instagram está a tomar.

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“O Adam é uma pessoa muito determinada”, uma caraterística que não facilitou a gestão dos dois fundadores, conta o mesmo meio. Mas Mosseri terá apenas contribuído para uma relação dos fundadores do Instagram com o Facebook que já não era a mais pacífica devido a Chris Cox, responsável pelo desenvolvimento de produto na empresa e um dos braços direitos de Zuckerberg. “O Chris e Kevin nunca se entenderam”, conta uma fonte.

Tanto Cox como Masseri, queriam que o Instagram estivesse mais ligado ao Facebook devido a notícias como o caso Cambridge Analytica e ao decrescente número de utilizadores jovens. Para o Facebook uma maior integração da rede social criada por Systrom e Krieger ajuda as duas a coexistirem. As divergências de Krieger também já existiam com Mark Zuckerberg, como quando o Instagram passou a permitir que as partilhas de fotografias fossem também feitas no Facebook, e não só no Instagram, mas agravaram-se com a nova liderança interna.

Facebook perde jovens para o Snapchat e Instagram

Esta mudança do Instagram, de uma rede social independente do Facebook para “mais um departamento” dentro da empresa de Mark Zuckerberg já tinha levado a saídas da rede social de Systrom. No início deste ano, a diretora de políticas públicas, Nicole Jackson Colaco, terá saído por a administração do Facebook exercer pressão para uma maior relação entre as redes sociais. Outra saída relevante no início do ano foi também a de Keith Peiris, responsável pela aplicação de inovações na câmara e realidade aumentada (que tem muito sucesso no Instagram através dos filtros).

O Techcrunch afirma, pela mesma fonte, que a escolha de Masseri para supervisionar o Instagram em maio foi um passo de Zuckerberg já a pensar numa possível saída de Systrom e Krieger. Mas com um legado como o de Systrom para preencher, que fez com que o Instagram destronasse o Snapchat e tivesse mais de mil milhões de utilizadores, Adam Masseri, vai ter um trabalho exigente se for o escolhido para liderar a rede social.

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Krieger e Systrom criaram o Instagram quase que por acidente. Inicialmente tinham uma app de partilha de localização que tinha filtros para fotografias. Como esta ferramenta era a mais utilizada pelos utilizadores, perceberam que havia potencial para algo diferente. Nasceu em 2010 o Instagram que, com devido à facilidade em aplicar filtros em imagens, rapidamente se tornou a mais conhecida aplicação de partilha de fotografias. A app tinha menos de 50 milhões de utilizadores mensais mas, mesmo assim, a empresa de Zuckerberg adquiriu-a em 2012 para evitar concorrência futura.

A rede social continuou a crescer exponencialmente, ganhou as stories em 2016, tirou utilizadores ao Snapchet e, mais recentemente, o até ganho um Instagram TV. O futuro não se sabe, mas, para já, será sem os fundadores que, desde o início, tomavam decisões quanto ao futuro da plataforma.