O antigo chefe de gabinete do ex-ministro da Defesa foi interrogado esta quarta-feira pelos procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e não foi constituído arguido. De acordo com a Procuradoria-Geral da República, o general Martins Pereira, que foi questionado sobre a investigação à recuperação do material furtado em Tancos, saiu do interrogatório enquanto testemunha e o inquérito tem por agora nove arguidos constituídos.

O general terá sido confrontado como conteúdo do memorando entregue pelo coronel Luís Vieira, ex-diretor da Polícia Judicária Militar atualmente em prisão preventiva, e pelo major Vasco Brazão, que está em prisão domiciliária. O memorando em questão assumia que tinham existido manobras à margem da lei durante a operação de recuperação do material roubado em Tancos e, assim sendo, Azeredo Lopes pode ser chamado pelo Ministério Público para esclarecer se teve ou não conhecimento deste memorando.

Foi Vasco Brazão, durante o interrogatório judicial, que revelou que o general Martins Pereira tinha telefonado a Azeredo Lopes para o colocar a par da informação contida no memorando. Luís Vieira, contudo, não confirmou esta alegação. O memorando em causa foi entregue a Martins Pereira a 20 de outubro de 2017, dois dias depois de as armas terem sido encontradas na zona da Chamusca, assim como uma fita do tempo que agrega todos os acontecimentos desde o assalto até à descoberta e descreve a versão oficial da Polícia Judiciária Militar.

Inicialmente, o ex-chefe de gabinete de Azeredo Lopes contou que tinha recebido Luís Vieira e Vasco Brazão em novembro e que, “nessa ocasião ou em qualquer outra”, não tinha sido “possível descortinar qualquer facto que indiciasse qualquer irregularidade ou indicação de encobrimento de eventuais culpados no furto de Tancos”. Mais tarde, entregou ao DCIAP a “documentação verdadeira”, aquela que Vasco Brazão alega que foi entregue.

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