A noiva do jornalista Jamal Khashoggi assassinado no consulado da Arábia Saudita, na Turquia,  discursou em Londres no memorial dedicado ao jornalista. Num discurso emotivo e rodeado de ativistas, políticos e jornalistas pediu justiça, segundo avança esta segunda-feira a agência de notícias árabe Aljazeera.

Os amigos e a noiva, Hatice Cengiz, prestaram uma homenagem ao jornalista assassinado no dia 2 deste mês e pediram à Arábia Saudita que devolva os restos mortais para que possa ser feito um ”enterro decente”. ”Eu preciso de perguntar novamente: onde está o corpo dele? Eu acredito que o regime saudita sabe onde está o corpo. Eles deviam aceder ao meu pedido”, disse.

Hatice Cengiz descreveu o noivo como um ”homem gentil, carinhoso e generoso” e afirmou que ele ”escrevia sobre aquilo em que acreditava, não o que agradaria aos poderosos. Ele era uma voz para os sem voz”, acrescentou.

Esforçando-se para conter as lágrimas durante o seu discurso, a companheira de Jamal declarou à plateia que teria “parado em frente ao esquadrão da morte” se soubesse o que aconteceria ao noivo  depois de entrar no consulado. ”Se eu soubesse o que iria acontecer teria entrado no consulado sozinha. Se eu soubesse que aquela era a última vez em iria ver o sorriso dele, ouvir o riso dele, eu mesmo ficaria em frente esquadrão da morte”, continuou Cengiz.

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Aos olhos da noiva, o jornalista foi  um mártir por uma causa, lutando pela democracia e pela liberdade  e ”vivia constantemente preocupado com o que lhe poderia acontecer.

No evento, organizado pelo Middle East Monitor e pelo Al-Sharq Forum, outros oradores criticaram o príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman por ser uma “influência tóxica” e chegaram mesmo a compará-lo com ao Estado Islâmico por alegadamente mandar matar o jornalista, conta o DailyMail.

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Daud Abdullah, o líder do Middle East Monitor, referiu-se a Khashoggi como “um verdadeiro patriota saudita” que “não será facilmente substituído”.

O assassinato de Jamal Khashoggi provocou uma condenação internacional, já que as alegações iniciais da Arábia Saudita de que não tinha nada que ver com o desaparecimento no consulado em Istambul foram provadas como falsas pelos investigadores turcos.