Jair Bolsonaro escolheu o general Fernando Azevedo e Silva, ex-chefe do Estado Maior do Exército brasileiro, para novo ministro da Defesa. O presidente eleito do Brasil anunciou a decisão esta terça-feira, através do Twitter. Numa primeira fase, o nome com mais força para assumir o Ministério da Defesa era o de outro militar, o general Augusto Heleno, que acabou por ser indicado para o Gabinete de Segurança Institucional. A escolha de Bolsonaro mantém um general de quatro estrelas no cargo, já que o atual ministro é o também general Joaquim Silva e Luna.
Bom Dia! Comunico a todos a indicação do General-de-Exército Fernando Azevedo e Silva para o cargo de Ministro da Defesa.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) November 13, 2018
Fernando Azevedo e Silva chegou a general em 2014 e passou à reserva militar já durante o ano de 2018. O general foi colega de Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras e ambos têm formação de paraquedista. Além de chefe do Estado Maior do Exército, foi também comandante militar do Leste brasileiro e chefiou a Autoridade Pública Olímpica durante o mandato de Dilma Rousseff. Azevedo e Silva desempenhou funções na Presidência da República e no Gabinete do Comando do Exército, enquanto chefe da assessoria parlamentar e como subchefe da gabinete, e foi também comandante da Brigada de Infantaria Paraquedista e do Centro de Capacitação Física do Exército. Fora do Brasil, foi Chefe de Operações na Missão de Paz das Nações Unidas no Haiti.
Em setembro, o general tinha sido indicado pelo comandante do Exército, o general Eduardo Villas Bôas, para assumir o cargo de assessor do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. Antes disso, em agosto, ainda enquanto chefe do Estado Maior do Exército, Fernando Azevedo e Silva apelou à “conciliação” e à “tolerância” nas eleições presidenciais e sublinhou que os militares são “parte significativa da maioria do povo brasileiro que pretende usar o voto, a arma mais poderosa e legítima da democracia, para começar a superar a crise profunda em que estamos mergulhados”.
“Os constantes desafios a que as Forças Armadas vêm sendo submetidas, muitos deles alheios à nossa destinação principal, não têm recebido, das esferas competentes, o merecido reconhecimento, justo e digno, principalmente quanto ao orçamento e à remuneração do nosso pessoal”, acrescentou o general.
Com o nome do novo responsável pela pasta da Defesa, são já seis os ministros indicados por Jair Bolsonaro: além do general Fernando Azevedo e Silva, estão já indicados o economista Paulo Guedes, na Economia, o juiz Sergio Moro, na Justiça e Segurança Pública, o astronauta Marcos Pontes, na Ciência e Tecnologia, a deputada Tereza Cristina, na Agricultura, e ainda o deputado Onyx Lorenzoni, na Casa Civil. A composição atual do Governo brasileiro inclui 29 ministérios mas o presidente eleito já anunciou a intenção de reduzir esse número para 15.
A indicação do novo ministro da Defesa surge um dia depois do nome da atriz brasileira Maitê Proença ter sido proposto por um grupo de ambientalistas, economistas e investigadores para a pasta do Meio Ambiente. A proposta foi revelada pelo colunista Ancelmo Gois na edição desta segunda-feira de O Globo. A atriz tem-se dedicado nos últimos anos ao ativismo ambiental, tendo sido uma das signatárias da carta com propostas de defesa do meio ambiente enviada a Jair Bolsonaro depois da eleição.
Maitê Proença já comentou a notícia. Sem afastar totalmente a possibilidade de vir a integrar o Governo de Bolsonaro, a atriz disse que o seu nome não passa de “uma ideia”. “A ideia é tirar o viés ideológico a que o setor ambiental ficou associado. Trazer um nome que possa abrir as portas que se fecham para os ecologistas. Um nome ligado às causas ambientais, mas que circule nos diversos meios de forma isenta. E que possa colocar a pasta acima de picuinhas políticas. Concordo com tudo. Mas o meu nome é apenas uma ideia”, afirmou.