A 29 de dezembro de 2013, Michael Schumacher, o maior campeão de sempre da Fórmula 1, estava com a família a esquiar numa zona fora da pista da estância de Meribel, nos Alpes Suíços, quando sofreu um acidente. Com 44 anos e depois de mais de 20 a desafiar a vida nas pistas, foi na neve que sofreu o maior de todos os acidentes: embateu com a cabeça numa rocha, o capacete rachou e ficou em coma. Só regressou a casa em setembro de 2014. E se enquanto o piloto esteve internado a informação sobre a sua situação clínica ia sendo regular, o mesmo não acontece desde que saiu do hospital: no dia em que regressou a casa, a mulher de Schumacher, Corinna, agradeceu o apoio e afirmou que não voltaria a falar publicamente sobre o estado de saúde do marido.

E assim foi. Mas agora, quase cinco anos depois do acidente de Schumacher, surge a notícia de que Corinna falou sobre o estado do marido cerca de um ano após aquele dezembro de 2013. Em entrevista à revista alemã Bunte, o músico Sascha Herchenbach revelou que a mulher do piloto alemão lhe escreveu uma carta a agradecer pela música que compôs, dedicada a Schumi. O cantor alemão escreveu “Born To Fight”, nascido para lutar, em português, em homenagem ao piloto e enviou um CD a Corinna.

“Gostaria de lhe agradecer sinceramente pela mensagem e pelo bonito presente que nos vai ajudar neste momento difícil. É bom receber tantos desejos gentis e outras palavras bem intencionadas — que são um grande apoio para a nossa família. Todos sabemos que o Michael é um lutador e não vai desistir”, escreveu Corinna Schumacher, numa carta escrita à mão e enviada ao músico alemão em dezembro de 2014. Na entrevista à Bunte, Sascha Herchenbach explicou que não estava à espera de qualquer resposta e ficou “assoberbado”.

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Em 2016, houve alguma especulação sobre o real estado de saúde do piloto, inclusive com a CNN a citar informações de uma fonte que garantia que Schumacher ainda não conseguia andar. Nada foi confirmado, a não ser um caso “paralelo”: um alemão de 54 anos que trabalhava na empresa Rega, especializada em transportes aéreos via helicóptero, foi detido por ter alegadamente roubado alguns prontuários médicos sobre o estado de saúde do piloto e encontrado morto quando estava detido em Zurique. Circulou também que havia um paparazzo com imagens exclusivas de Schumi mas as mesmas (que custariam uma fortuna) nunca chegariam a ser tornadas públicas, num processo que envolveu também uma investigação por alegada violação da privacidade.

Em paralelo, estima-se que a família tenha gasto já vários milhões de euros em cuidados médicos com o antigo campeão da Fórmula 1, tendo em conta os alegados 140 mil euros semanais pagos à equipa de 15 pessoas liderada por Richard Frackowiak. Em 2017 soube-se também que a família de Michael Schumacher (considerado pela revista Forbes o quinto desportista com mais rendimentos de sempre, apenas atrás de Michael Jordan, Tiger Woods, Arnold Palmer e Jack Nicklaus) vendeu alguns dos seus bens, como uma mansão que tinha perto de Oslo, na Noruega, um Rolls Royce e o avião particular.

O silêncio de Corinna Schumacher é normalmente complementado por alguns comunicados de Sabine Kehm, a manager do piloto, que ainda há alguns dias esteve na apresentação de um novo poster de Michael Schumacher, que tem como objetivo a angariação de fundos para a Fundação Keep Fighting, que o alemão fundou. A expressão “keep fighting”, continua a lutar, é aliás uma presença constante nas mensagens inspiradoras de homenagem a Schumacher que Mick, o filho mais novo do piloto, costuma publicar nas redes sociais.

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