O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, criticou esta terça-feira o programa de desenvolvimento de mísseis de médio alcance da China, apelando ao país para aderir ao tratado internacional de controlo deste armamento.
“Vimos que a China investiu fortemente em armas novas e modernas, incluindo mísseis, e a metade dos seus mísseis violaria o tratado INF (Intermediate Nuclear Forces) se a China fosse signatária”, disse Jens Stoltenberg numa entrevista à cadeia de televisão pública alemã ZDF.
Stoltenberg fazia referência ao tratado sobre armas nucleares de médio alcance (INF), assinado em 1987 pelos então dirigentes norte-americano e soviético, Ronald Reagan e Mikhaïl Gorbatchev, que visa eliminar os mísseis lançados a partir do solo e com um alcance entre 500 a 5.500 quilómetros.
“Somos favoráveis ao alargamento deste tratado de forma a que a China também possa fazer parte”, disse.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou recentemente a retirada do seu país deste tratado, alegando violações do acordo por parte da Rússia e evocando os programas de armamento da China como fundamentos.
Relativamente a Moscovo, os Estados Unidos questionam o novo sistema russo 9M729, mísseis disparados a partir de um dispositivo terrestre e cujo alcance ultrapassa, segundo Washington, os 500 quilómetros, o que Moscovo desmente.
“A NATO não vê uma nova corrida ao armamento, mas estamos muito preocupados com os novos mísseis russos. São móveis, podem transportar cargas nucleares e podem atingir cidades da Europa central como Berlim”, assinalou Stoltenberg.