O Governo está em contacto com a Autoeuropa para assegurar que o escoamento da empresa continua apesar da greve no Porto de Setúbal, disse esta sexta-feira à agência Lusa o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira.

Em declarações à margem da inauguração das novas instalações da Sopsa, em Santo Tirso, o governante não revelou qual o impacto na economia da greve que decorre desde 5 de novembro, mas deu conta de contactos no sentido de reduzir os efeitos negativos.

Sublinhando que o sistema portuário nacional “está a responder às necessidades das empresas”, citou como exemplo a Autoeuropa que “tem alternativas no sistema portuário” e disse estar o Governo “em contacto com a empresa no sentido de assegurar que as necessidades de escoamento da produção continuam a ser satisfeitas”. O governante manifestou ainda a expectativa de que “a situação se possa vir a resolver a contento de todas as partes”.

No dia 27 de outubro, a Operestiva, Empresa de Trabalho Portuário de Setúbal, e a Yilport Setúbal (Sadoport) tentaram celebrar um contrato de trabalho sem termo com 30 dos 93 trabalhadores eventuais em causa, mas apenas dois aceitaram as condições propostas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Mais de 90 trabalhadores eventuais do Porto de Setúbal que são contratados ao turno, alguns há mais de 20 anos, não comparecem ao trabalho desde 5 de novembro, situação que deixa o Porto de Setúbal praticamente parado, uma vez que os operadores portuários em causa têm apenas cerca de 10% de trabalhadores efetivos.

A maioria dos trabalhadores portuários, cerca de 90%, não tem qualquer vínculo com os operadores portuários, nem quaisquer regalias além do salário que auferem, e são contratados ao turno, apesar de exercerem a atividade praticamente todos os dias.

Esta situação já levou ao atraso de entrega de mais de 8.000 veículos produzidos na Autoeuropa, tendo a empresa recorrido a portos alternativos. A maioria dos trabalhadores eventuais contratados regularmente pela Operestiva reivindica um contrato coletivo, a negociar entre o Sindicato dos Estivadores e os operadores portuários.

Autoeuropa tem entrega de 8 mil carros atrasada e recorre a portos alternativos a Setúbal