A Cimeira luso-espanhola de 2019 vai realizar-se na Guarda, em junho, anunciou esta quarta-feira o primeiro-ministro, António Costa. O anúncio do líder do Governo aconteceu durante a conferência de imprensa no final da 30.ª cimeira bilateral, em Valhadolid, Espanha. “Voltaremos a encontrar-nos para a 31.ª cimeira de forma a dar continuidade ao que aqui iniciamos hoje e para lançarmos novos dossiês”, referiu Costa.

Na semana passada, o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro, anunciou que ia sugerir ao primeiro-ministro que a cimeira luso-espanhola de 2019 fosse realizada naquela cidade. O autarca social-democrata, que falava aos jornalistas no final da reunião quinzenal do executivo, justificou que sendo a reunião de 2019 em Portugal, “gostaria de a ver [realizada] na Guarda”. “Ficaremos na expectativa de que tal possa ser possível”, referiu Álvaro Amaro, na altura.

Na 30.ª cimeira bilateral em Valhadolid (Espanha), onde durante esta tarde decorreram reuniões setoriais, Portugal e Espanha chegaram a acordo sobre políticas de desenvolvimento das regiões despovoadas e envelhecidas junto à fronteira comum para assegurar a sustentabilidade futura dos territórios, tornando-os atrativos para viver, trabalhar e investir. Os dois países definiram uma estratégia ibérica para desenvolver as zonas da raia, onde o despovoamento é um problema transversal nos dois lados da fronteira.

Portugal e Espanha dão apoio “político” à organização de Mundial com Marrocos

Portugal e Espanha chegaram a acordo, esta quarta-feira, em Valladolid (Espanha) para dar o seu apoio “político” à organização em conjunto com Marrocos de uma candidatura dos três países à organização do Mundial de futebol de 2030.

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“Num momento em que é fundamental desenvolver as relações entre a Europa e África é, obviamente, uma boa ideia podermos ter um evento com a carga simbólica como é o mundial”, organizada nos dois continentes, disse o primeiro-ministro português, António Costa, na conferência de imprensa final da Cimeira bilateral entre os dois países ibéricos.

Tendo ao lado o chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, o primeiro-ministro sublinhou a necessidade de ser feito “um longo trabalho de casa” por parte das federações de futebol dos três países para verificar a oportunidade da organização do Mundial. “É uma ideia […] que as nossas federações irão trabalhar e avaliar se têm ou não condições para avançar com uma ideia boa que merece ser conduzida com sucesso”, acrescentou António Costa.

Pedro Sánchez já tinha avançado com a proposta desta candidatura conjunta na semana passada aquando de uma visita que fez a Marrocos. “Parece-me que é uma mensagem que damos ao mundo, que damos a África e que damos à Europa de fraternidade, de amizade, de cooperação com uma envergadura e com um impacto tremendo…”, disse esta quarta-feira o chefe do Governo espanhol.

A última grande competição internacional de futebol organizada pela Espanha foi o Mundial de 1982, enquanto Portugal teve a seu cargo o Europeu de 2004. Marrocos candidatou-se ao Mundial de 2026, cuja organização foi atribuída a Canadá, Estados Unidos e México, e na sua proposta destacava o facto de o país estar no cruzamento do oriente com o ocidente e onde a Europa se encontra com África. Uma eventual candidatura dos países ibéricos com Marrocos iria juntar-se à proposta conjunta apresentada por Argentina, Paraguai e Uruguai em julho de 2017.

A Coreia do Sul deu eco da vontade se aliar a Coreia do Norte, Japão e China, enquanto o Reino Unido e a Irlanda também já manifestaram vontade de avançar, apadrinhados pelo presidente da UEFA, Alexander Ceferin. Marrocos também já tinha colocado a hipótese de se juntar a Argélia e Tunísia.

O único Mundial de futebol organizado por mais do que um país foi o de 2002, na Coreia do Sul e no Japão, e o segundo será o de 2026, mas em nenhum dos casos envolveu nações de duas confederações.

Espanha vai fazer autoestrada entre Zamora e Bragança

António Costa também anunciou que Espanha vai concretizar a “tão ambicionada” ligação rodoviária entre Zamora (Espanha) e Bragança (Portugal), há muito reivindicada pelos autarcas e populações dos dois países.

“É com gosto que registo que na declaração comum que aqui [cimeira] assinamos hoje, o Reino de Espanha assume o compromisso de concretizar a tão ambicionada ligação entre Zamora e Bragança”, afirmou o chefe do executivo português, durante a conferência de imprensa conjunta.

António Costa realçou que esta ligação é “fundamental” para oferecer a Bragança uma “franca ligação” a Espanha e à Europa. Na declaração conjunta é referido que já foi emitida a Declaração de Impacte Ambiental para os estudos da autoestrada A-11, do lado de Espanha, que permitirá consolidar a ligação entre as duas regiões.

A ligação entre Zamora, cidade espanhola a 80 quilómetros de Bragança, e Quintanilha, é feita atualmente pela nacional espanhola 122. Se Espanha não avançasse com a A-11 entre Zamora e Quintanilha, apenas estes 80 quilómetros seriam feitos sem ser em autoestrada por quem, por exemplo, viajar do Porto para o centro da Europa.