As temperaturas altas “fora de época” têm-se registado um pouco por todo o mundo e a região da Lapónia não se escapa este ano. À medida que o Natal se aproxima, a preocupação aumenta: este ano não há neve suficiente para proporcionar as viagens mágicas às famílias que se deslocam em busca do Pai Natal, tendo já havido pedidos de reembolso das mesmas.

É esse o cenário na vila turística em Rovaniemi — que é também a casa do Pai Natal –, capital da Lapónia. Segundo a CNN, a falta de neve está a tirar toda a magia desse “paraíso de inverno”, devido às temperaturas atípicas que se registam perto do Círculo Polar Ártico.

Todos os anos, naquela região, uma camada de neve com cerca de 20 a 30 centímetros de altura começa a formar-se nos finais de novembro, sendo que o território fica coberto de neve durante mais de metade do ano. Nos últimos dias, porém, a vila tem visto “amostras” de neve com apenas uns centímetros e dispersas.

É neste contexto que começam a ser visíveis os danos que as alterações climáticas estão a provocar na indústria turística da região, que encontra o seu auge na época natalícia: várias agências já tiveram de cancelar as excursões e os voos que tinham agendado. Aos turistas, porém, que já tinham pago pelas viagens, foram oferecidos reembolsos e a opção de escolherem datas alternativas para marcarem a sua visita à vila do Pai Natal.

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Alguns dos cancelamentos dizem respeito a visitas à Vila Natal (conhecida por “SnowVillage”), onde se constrói todos os anos um hotel de neve. Com as temperaturas elevadas, a construção do edifício encontra-se atrasada.

Em comunicado, a agência TUI diz que teve de tomar a “difícil decisão de cancelar as viagens dos dias um e dois de dezembro a esse resort, afirmando que já tinha contactado diretamente os clientes com opções alternativas”. Foi também o caso da companhia turística Transun, que cancelou as primeiras duas viagens à região que se encontra a 250 quilómetros do norte de Rovaniemi. A companhia prometeu aos seus clientes reembolsá-los ou oferecer-lhes datas alternativas sem custos adicionais.

De facto, a região viveu o seu dia mais quente em julho deste ano, registando assim um novo recorde de temperatura com 32.2 graus Celsius. Ville Siiskonen, especialista no Instituto de Meteorologia da Finlândia, relatou à Sky News que “de acordo com os cenários previstos, é expectável que no final do século haverá muito menos neve e em muito menos sítios na Lapónia”. Ainda assim, o Instituto dá uma “réstia de esperança” aos turistas, com a previsão de temperaturas mais baixas e alguma queda de neve nos próximos 10 dias.