Quando o Museu do Fado abriu portas, há cerca de 20 anos, era quase impossível imaginar que em apenas duas décadas o cenário poderia tornar-se o que é hoje. É claro que à época havia já grandes (e diferentes) gerações de fadistas e guitarristas em atividade, muitos dos quais ainda hoje ativos, mas era difícil prever que aos nomes firmados juntar-se-ia uma nova geração de cantores, alguns mais tradicionais e outros mais disruptivos, que conseguiriam reconquistar a popularidade da canção trazendo novos ouvintes (sobretudo jovens) para o fado. Para o confirmar, basta notar que de 2010 para cá, o número de visitantes anuais do museu mais do que quadriplicou, de perto de 40 milhares de visitantes anuais para uma média atual de 170 mil.

As gerações mais recentes trouxeram novos públicos ao fado e têm nomes: Kátia Guerreiro, Ricardo Ribeiro, Raquel Tavares, Camané, Aldina Duarte, António Zambujo, Marco Rodrigues, Cuca Roseta e, é claro, o quarteto decisivo de fadistas que ajudaram a reconciliar tantos portugueses (sobretudo tantos portugueses jovens) com o fado: Mariza primeiro, Ana Moura logo a seguir; Carminho uns anos mais tarde e Gisela João mais recentemente. Nomes que contrariam antigas expectativas pessimistas de que o fado não teria futuro, só passado.

O fado, porém, não nasceu há 20 anos, não é popular apenas há 20 anos e não é património imaterial da humanidade há somente sete (embora a UNESCO, que o denominou assim a 27 de novembro de 2011, diga que sim). E não foi apenas para promover os novos cantores e preparar o futuro (com concertos e com uma escola de guitarra e canto) que o Museu do Fado nasceu, mas também para preservar as histórias e celebrar os grandes intérpretes do passado, como Maria Teresa de Noronha, a quem o museu dedicou uma exposição que pode ser visitada até 31 de dezembro.

O museu do fado celebra o centenário de nascimento da fadista Maria Teresa de Noronha com uma exposição que poderá ser visitada até ao final do ano (@ Museu do Fado)

Uma visita ao museu permite conhecer a fundo a extensão do seu acervo — discográfico, documental, imagético. Estas fotografias do Museu do Fado contam algumas das maiores e melhores histórias do passado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR