A Bentley produz uns veículos incríveis e tem dado provas de um dinamismo acima da média, tendo por exemplo sido a primeira, entre os fabricantes de luxo, a optar por um SUV, três anos à frente da sua maior rival, a Rolls-Royce. Porém, foi recentemente surpreendida, tendo levado uma forte pancada – comercial, é claro – de onde menos esperava.

A troca do método de determinação de consumos e emissões de CO2, com o ultrapassado sistema NEDC (de New European Driving Cycle) a ceder o lugar ao mais próximo da realidade WLTP (de Worldwide Harmonised Light Vehicle Test Procedure), que entrou em vigor em Setembro, trocou as voltas a muitos construtores, mas a uns substancialmente mais do que a outros. E, entre eles, a Bentley foi um dos que mais sofreu.

Segundo o seu CEO, Adrian Hallmark, a marca britânica “foi demasiado lenta a tratar da homologação dos veículos segundo o novo método WLTP”, tanto mais que nos motores a gasolina sobrealimentados, isto passava igualmente por uma forte adaptação, uma vez que era necessário instalar filtros de partículas, evitando que a contra-pressão que estes necessariamente produzem no sistema de escape, limitasse a potência obtida.

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Segundo a Bentley, isto levou a que as vendas caíssem 11% nos primeiros nove meses de 2018, face a igual período do ano anterior. Isto traduziu-se num prejuízo de 136 milhões de euros, em total contraponto com os lucros que conseguiu nos primeiros nove meses de 2017.

De acordo com Hallmark, “não fomos suficientemente rápidos a tratar do assunto e nunca esperámos que fosse tão moroso e complexo homologar os veículos com o novo WLTP, o que nos levou a arrastar a situação e a não conseguir ter os veículos prontos antes da data limite de 1 de Setembro”. Feitas as contas, “foi um prejuízo que envolveu entre 300 a 400 unidades”, informou o CEO, valor que para uma marca de pequeno volume como a Bentley é tremendo, mas de que apenas ela pode ser responsabilizada.

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