O deputado do PSD Luís Campos Ferreira vai renunciar ao mandado de deputado, uma decisão que tem efeitos no último dia do ano, mas que o social-democrata justifica com motivos pessoais e profissionais. “Vou refazer a minha vida, ano novo vida nova, é decisão tomada há uns meses, não é um estado de alma, é uma decisão maturada”, diz ao Observador, numa informação avançada pelo Correio da Manhã.

Campos Ferreira estava no Parlamento há mais de uma década e meia, com uma interrupção durante o tempo em que foi secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, no Governo de Pedro Passos Coelho. O deputado é, também, um dos visados no inquérito-crime que investiga as viagens de ex-governantes a França, para assistirem a jogos do Euro2016, por suspeitas do crime de recebimento indevido de vantagem.

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O ainda deputado garante que a decisão nada tem a ver com esse processo. “Sob palavra de honra que não”, garante ao Observador. Campos Ferreira recorda os “desafios” que teve em mãos desde que chegou ao Parlamento — com a fundação da ARTV e como presidente da comissão de Economia — até à passagem pelo Governo e que marcaram um período de “atividade muito intensa”, que contrasta com a situação mais recente, depois de ter deixado funções no Ministério dos Negócios Estrangeiros para regressar à Assembleia da República.

A saída também não se prende com o atual momento do PSD. “Fosse qual fosse a liderança do partido ou do grupo parlamentar”, a decisão de sair seria concretizada, diz, apesar de assumir que não houve qualquer tentativa, por parte da direção da bancada ou do partido, para que se mantivesse em funções. “Também não lhes levo a mal”, acrescenta. Campos Ferreira vai, aliás, manter-se como militante do PSD, afastando a hipótese de integrar um projeto político diferente.

A decisão de deixar o Parlamento prende-se, afinal, com um “desafio profissional” que lhe foi lançado, mas que diz não poder ainda revelar. Campos Ferreira, natural do Minho, vai estabelecer-se no norte do país, numa atividade profissional que o levará a dividir-se entre o Porto e Valença.