Um grupo armado matou seis pessoas durante um ataque a uma aldeia a cinco quilómetros de Palma, uma das sedes distritais da província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, disseram esta quarta-feira à Lusa fontes locais.

Este é o incidente mais próximo de uma sede de distrito desde o ataque a Mocímboa da Praia, em outubro de 2017, o primeiro nesta onda de violência na região. Palma é o distrito onde estão a ser construídas as infraestruturas da fábrica de liquefação de gás natural a extrair dentro de quatro a cinco anos da bacia do Rovuma, num projeto que deverá fazer de Moçambique um importante exportador mundial.

O ataque aconteceu em Malamba, pelas 9 horas locais (menos duas horas em Lisboa), quando o grupo entrou a disparar na povoação. Pelo menos uma das vítimas será uma criança, segundo algumas das fontes contactadas pela Lusa, que indicaram ainda que 14 casas foram queimadas.

Não houve registo de roubos e seis alegados membros do grupo foram apanhados pela polícia, estando detidos em Palma, acrescentaram. O caso acontece depois de residentes noutras povoações próximas de Palma se terem cruzado com homens armados, no mato, na segunda-feira, dando origem a disparos, mas sem consequências, acrescentaram. Os ataques armados no norte de Moçambique reacenderam-se em novembro.

Desde há um ano, segundo números oficiais, já terão morrido, pelo menos, 100 pessoas, entre residentes, supostos agressores e elementos das forças de segurança. A onda de violência em Cabo Delgado (2.000 quilómetros a norte de Maputo, no extremo norte de Moçambique, junto à Tanzânia) eclodiu após um ataque armado a postos de polícia de Mocímboa da Praia, em outubro de 2017.

Na altura, dois agentes foram abatidos por um grupo com origem numa mesquita local que pregava a insurgência contra o Estado e cujos hábitos motivavam atritos com os residentes desde há dois anos. Depois de Mocímboa da Praia, têm ocorrido vários ataques que se suspeita estarem relacionados com o mesmo tipo de grupo, sempre longe do asfalto e fora da zona de implantação da fábrica e outras infraestruturas das empresas petrolíferas que vão explorar gás natural, na península de Afungi, distrito de Palma.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR