É mais uma prova do assassinato do jornalista saudita crítico do regime, Jamal Khashoggi, no consulado saudita em Istambul: uma gravação captada no momento do crime, na qual se ouve um dos assassinos dizer “eu sei cortar”. Quem o garante é o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que esta sexta-feira disse ter enviado o áudio para as autoridades norte-americanas e europeias. “Vou fazê-los ouvir”, disse.

Num discurso em Istambul, o presidente turco revelou que na gravação em causa consta um homem, que será um soldado, a dizer claramente aquela frase. A gravação já terá sido partilhada com as autoridades americanas e europeias, numa altura em que Erdogan endurece as críticas contra Riade, a capital saudita, pelo assassinato do jornalista e proeminente crítico do regime do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.

“Os EUA, a Alemanha, França, o Canadá, enviámos o áudio para todos eles. O homem diz claramente ‘eu sei cortar’. O homem é um soldado. Isto está tudo na gravação”, disse Erdogan num discurso em Istambul, sem dar muitos detalhes sobre o conteúdo da gravação.

Na última vez que Jamal Khashoggi foi visto com vida, estava a entrar no consulado do seu país em Istambul onde tinha ido tratar de documentos necessários para o seu casamento. As autoridades turcas acreditam que o jornalista foi assassinado por uma equipa de agentes da Arábia Saudita ainda no interior do consulado, mandatada pelo príncipe herdeiro.

Esta segunda-feira, a CNN, citando uma fonte que teve acesso a todas as transcrições dos registos áudio, deu conta de que o jornalista terá dito várias vezes que não conseguia respirar, o que evidencia que Khashoggi foi torturado dentro do consulado.

Erdogan tem dito várias vezes que não vai largar o caso, embora o presidente norte-americano Donald Trump tenha estado do lado da Arábia Saudita, não obstante o relatório da CIA que aponta para a alta probabilidade de ter sido o príncipe herdeiro a ordenar a morte do jornalista.

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