O Governo não recebeu o relatório da auditoria forense à Caixa Geral de Depósitos, confirmou ao Observador fonte oficial do Ministério das Finanças. No entanto, a mesma fonte acrescenta que a administração do banco público recebeu instruções para tomar todas as medidas necessárias para apurar as responsabilidades apontadas no documento e defender a situação patrimonial da Caixa.

Em causa está a auditoria independente à gestão do banco público entre 2000 e 2015 e cujo relatório preliminar, divulgado nos últimos dois dias, aponta para elevadas perdas em créditos concedidos neste período e para o não cumprimento internas e dos pareceres das regras de avaliação de risco nas decisões de concessão de empréstimos. O documento foi revelado pela comentadora e ex-deputada do Bloco de Esquerda, Joana Amaral Dias, depois de ter sido recusado ao Parlamento pelo banco do Estado.

Auditoria à Caixa recusada ao Parlamento é divulgada por comentadora

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“O relatório da auditoria contém informação sujeita a sigilo bancário, motivo pelo qual não é suscetível de disponibilização ao acionista”, sublinha o Ministério das Finanças, confirmando uma informação já dada por Mário Centeno e pelo secretário de Estado do Tesouro, Mourinho Félix, aos deputados.  O Estado enquanto acionista deu indicações à Caixa para que o relatório da auditoria da EY fosse enviado para o Banco de Portugal, Mecanismo Único de Supervisão do BCE, ” bem como a outras autoridades judiciais, de inspeção, de supervisão ou em matéria tributária, caso os elementos do relatório se afigurassem relevantes para o exercício das suas atribuições. ”

E solicitou ainda à administração liderada por Paulo Macedo “que fossem efetuadas todas as diligências necessárias para apurar quaisquer responsabilidades que possam advir da informação constante do relatório”. Sem contudo especificar quais.

O Governo, assinala ainda o Ministério das Finanças, “continuará a acompanhar este tema, tendo transmitido ao Conselho de Administração da CGD a necessidade de tomar as medidas adequadas para a defesa da situação patrimonial da CGD”.