Félix Tshisekedi, vencedor das eleições presidenciais congolesas de dezembro, é esta quinta-feira empossado presidente da República Democrática do Congo, sucedendo ao presidente cessante, Joseph Kabila, naquela que é a primeira transição pacífica no poder desde a independência do país.
A cerimónia de posse tem início previsto para as 12h00 locais (11h00 em Lisboa), no Palácio da Nação, em Kinshasa, sede da presidência República Democrática do Congo (RDCongo).
A tomada de posse de Tshisekedi representa a primeira transição de poder pacífica, de um presidente para o seu sucessor, na RDCongo desde a independência da Bélgica, em 1960.
O presidente eleito, de 55 anos e filho do histórico opositor Étienne Tshisekedi, prepara-se para se tornar no quinto presidente da República do país, ao suceder a Joseph Kabila, que prestou juramento em 26 de janeiro de 2001, dez dias depois do homicídio do seu pai e antecessor, Laurent-Désiré Kabila, por um guarda-costas.
A vitória de Tshisekedi nas eleições de 30 de dezembro tem sido alvo de contestação por outro candidato da oposição, Martin Fayulu, que se assume como “presidente eleito” e que acredita ter existido uma “fraude eleitoral” promovida por Kabila.
A versão de Fayulu é apoiada por várias entidades, entre elas a Conferência Episcopal Congolesa, que deslocou mais de 40 mil observadores para várias estações de voto em todo o país.
Uma investigação divulgada pelo diário britânico Financial Times aponta que os dados das estações de voto eletrónico utilizadas nas eleições, correspondentes a 86% dos votos escrutinados em todo o país, mostram a vitória de Fayulu, com 59,4% dos votos, contra 19% dos boletins escrutinados a favor de Tshisekedi e 18% dos votos recebidos por Emmanuel Shadary, o terceiro candidato mais votado, delfim de Kabila.
Depois de várias hesitações – e após a validação pelo Tribunal Constitucional da RDCongo dos resultados divulgados pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI)–, a União Africana e a União Europeia indicaram através de um comunicado conjunto que estavam disponíveis para “trabalhar com o presidente Tshisekedi e com todos os partidos congoleses”.
Tshisekedi deverá escolher um chefe de Governo entre os deputados pertencentes à maioria parlamentar, apoiante de Joseph Kabila.