O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, pediu ao restante conselho de administração escusa de participar em quaisquer deliberações que o Banco de Portugal tome relacionadas com a auditoria da EY, aos atos de gestão na Caixa Geral de Depósitos entre 2000 e 2015. Carlos Costa foi administrador entre abril de 2004 e setembro de 2006, e durante esse período, terá participado na aprovação de operações ruinosas como o crédito a Vale do Lobo e créditos a Manuel Fino e Joe Berardo (como revelou a revista Sábado esta quinta-feira).
No comunicado divulgado esta sexta-feira, Carlos Costa sublinha que as suas responsabilidades estavam nas áreas de marketing e internacional da instituição. “Durante todo o período em que exerceu funções de administrador na CGD, o governador não teve responsabilidades nas áreas de crédito, risco, acompanhamento de clientes ou de controlo e auditoria interna”, garante o comunicado.
Ainda assim, pelo facto de o mandato ter coincidido com o período em que mais problemas se acumularam na Caixa, o governador “comunicou ao Conselho de Administração do Banco de Portugal a sua intenção de não participar nas decisões do Banco de Portugal decorrentes das conclusões desta auditoria, tendo o Conselho de Administração aceite este motivo de escusa”.
O Governador reitera que está totalmente disponível, como sempre esteve, para prestar todos os esclarecimentos que a Assembleia da República entender necessários, designadamente sobre os termos da sua participação nos órgãos colegiais que aprovaram as operações que são objeto da auditoria da EY à CGD.
O comunicado termina dizendo que “o Banco de Portugal está a considerar toda a informação contida na auditoria da EY à CGD e daí retirará as consequências que se imponham”. Isto depois de o Jornal Económico noticiar, esta sexta-feira, que a idoneidade de Carlos Costa não será alvo de escrutínio.
Carlos Costa não será avaliado pelo Banco de Portugal sobre o seu papel como ex-gestor da Caixa