O líder parlamentar e presidente do Partido Socialista, Carlos César, considera que, até serem retiradas conclusões das várias investigações a decorrer sobre a atuação da Caixa Geral de Depósitos, pedir a exoneração imediata do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, seria “ceder à política do espetáculo”.

“Pedir uma exoneração de A e B à menor das circunstâncias é um pouco ceder à política do espetáculo e nós não fazemos política do espetáculo com a banca e com os interesses vitais que estão em causa para todos os portugueses”, disse Carlos César no programa da TSF “Almoços Grátis”.

Em causa estão as denúncias de irregularidades na gestão do Caixa Geral de Depósitos (CGD) trazidas a público por uma auditoria tornada pública pela ex-deputada bloquista Joana Amaral Dias e mais tarde pela própria Assembleia da República. O relatório, da autoria da consulta Ernst & Young, diz respeito aos anos 2000 e 2015. Carlos Costa, que foi administrador da CGD entre 2004 e 2016, e pediu escusa da investigação do caso a ser investigado pelo Banco de Portugal, na qualidade regulador.

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Na sequência deste caso, o Bloco de Esquerda pediu a exoneração de Carlos Costa — iniciativa à qual o PCP demonstrou disponibilidade para acompanhar. Agora, Carlos César acaba por fazer uma crítica implícita aos seus parceiros de “geringonça”, sublinhando que neste momento decorrem dois inquéritos sobre a gestão da CGD, além de outro que por iniciar e que será levado a cabo pela Assembleia da República.

Ainda assim, o líder parlamentar do PS deixou algumas críticas a Carlos Costa, dizendo que este “teve sempre um desempenho marcado pela passividade em inúmeras circunstâncias” enquanto governador do Banco de Portugal.

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Carlos César disse que até Carlos Costa deve ansiar pelo fim do seu mandato. “O mandato do atual governador do Banco de Portugal termina em maio do próximo ano. Todos, provavelmente até o próprio, anseiam por esse momento”, referiu. Mas logo tornou a contrapor: “Não podemos pôr o carro à frente dos bois, a menos que no percurso desses inquéritos e dessas investigações se torne claro que o procedimento de A ou B, entre os quais o atual governador do Banco de Portugal, tenha sido de tal forma doloso e oneroso que suscite uma atitude de permeio”.