O número de seguros de saúde sofreu um crescimento entre os primeiros seis meses de 2017 e 2018. Na origem do aumento, avança a edição desta segunda-feira do Jornal de Notícias (JN), estarão as dificuldades no acesso rápido ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

No último ano, o volume de negócios aumentou 7,4%. No primeiro semestre de 2018, o número de contratos de seguro cresceu 3% em relação aos primeiros seis meses de 2017.

Ao todo, registaram-se assim mais de 2,6 milhões de seguros de saúde, de acordo com a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões e a Associação Portuguesa de Seguradores, citados pelo JN.

Especialistas ouvidos pelo mesmo jornal explicam que o aumento do número de seguros de saúde se justifica com os “atrasos no SNS”, refletindo uma preocupação da população em ter “acesso célere a cuidados de saúde” mais rápido.

As mesmas fontes dizem ainda que a recuperação das empresas seguradoras de saúde coincide com o “contínuo desinvestimento no SNS”. Ao JN, o editor científico internacional em Gestão e Políticas de Saúde, Paulo Moreira, prevê ainda que o “setor público seja rapidamente ultrapassado”.

Porém, Pedro Pita Barros, professor na Universidade Nova de Lisboa, também ouvido pelo JN, defende que, ainda assim, o SNS está longe de ser posto em causa, evocando “problemas vários” nos seguros de saúde. E não existe conflito entre os dois sistemas: “O SNS tem o papel de segurador público. (…) Isso não impede nem contradiz que os hospitais privados tenham serviço de elevada tecnologia e que procurem estar presentes também na área da oncologia”.

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