Ana Paula Fidalgo, de 39 anos, foi assassinada esta quarta-feira em Vieira do Minho, distrito de Braga. O marido António Fidalgo, de 44 anos, é o principal suspeito e já se entregou às autoridades, tendo confessado o crime no posto da GNR de Braga. O caso está agora a ser investigado pela Polícia Judiciária. Mas antes, António Fidalgo teve tempo de ir comentar uma notícia no Facebook sobre o caso.

O casal esteve emigrado em Londres durante vários anos, tendo voltado para Portugal recentemente, onde abriram um restaurante em Vieira do Minho chamado “Refúgio do Gerês”. Em dezembro de 2017, os dois chegaram a promover o negócio no programa da RTP “Aqui Portugal”, onde Ana Paula e António surgem lado a lado enquanto falam sobre o seu percurso desde Londres até Braga.

O casal, explicou Ana Paula, voltou para Portugal “dadas as circunstâncias da vida”. “Decidimos dar um pouco mais de sossego e tranquilidade à família”, explicou a mulher na altura.

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Depois do assassinato de Ana Paula Fidalgo, e após as notícias do crime, surgiu um comentário numa publicação do Facebook do jornal O Minho feito através do perfil conjunto de António e da mulher, onde se refere que “um casamento a três não funciona”, que “foi feito um pedido” para se afastarem e, como isso não aconteceu, “deu nisto”. Não há confirmações, no entanto, que terá sido António a escrever o comentário.

“A vítima, uma mulher com 39 anos de idade, terá sido morta por esganamento, num quadro de violência conjugal”, referiu a Polícia Judiciária (PJ) em comunicado.  Com esta morte, são agora 13 as pessoas que foram assassinadas em contexto de violência doméstica em pouco mais de dois meses, incluindo uma bebé de dois anos.

O crime aconteceu na véspera do dia que o governo decretou como Luto Nacional pelas vítimas de violência doméstica. A Ministra da Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva, disse, a propósito da data, que “o objetivo é que se assinale e homenageie as vítimas, e se deem os primeiros passos naquilo que nos parece ser fundamental garantir, que é uma forte integração de todo o Governo na resposta a este problema”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que promulgou o Dia de Luto Nacional, acredita que “mais do que mero ato simbólico, o luto ora decretado significa maior mobilização nacional, incluindo todos os Órgãos de Soberania, no combate a este flagelo da nossa sociedade”.

Ainda esta quarta-feira, foi registada a morte de uma outra mulher, num prédio no Seixal. As primeiras informações, avançadas pela PSP à Agência Lusa, davam conta de um homicídio com recurso a arma branca, e apontavam para o ex-companheiro da vítima como o principal suspeito. Esses dados foram, entretanto, corrigidos. O Público avança que não existem indícios de crime e que não existiu o envolvimento de terceiros na morte desta mulher, que poderá ter morrido devido a uma hemorragia grave.