Numa altura em que mais de metade da Venezuela continua sem eletricidade há mais de 50 horas consecutivas, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, veio falar publicamente pela primeira vez, atribuindo a origem do ‘apagão’ a um “ataque cibernético internacional” feito com “tecnologia de alto nível que só o governo dos Estados Unidos é que tem”.

Num comício em Caracas, Maduro defendeu que a rede elétrica venezuelana sofreu quatro ataques intencionais: dois cibernéticos, um eletromagnético e um outro através de um incêndio ateado numa subestação elétrica, no sul do país, que o presidente da Venezuela garantiu ser “fundamental para a distribuição de energia”.

Nicolás Maduro classificou ainda o ataque como “anormal, extraordinário e grave” e acusou os autores de serem “cobardes” por não darem a cara. O presidente venezuelano assegurou ainda que a rede elétrica deverá ser definitivamente reposta “nas próximas horas”.

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De acordo com a versão de Maduro, já os trabalhos de restabelecimento da rede elétrica estavam em curso quando o país foi alvo de “outro ataque de carácter cibernético a uma das fontes” de energia. Foi esse ataque com tecnologia de ponta que frustrou todos os esforços feitos até então, argumentou Maduro.

O presidente venezuelano está ainda convencido de que há infiltrados na empresa nacional de eletricidade, ao serviço dos Estados Unidos. Mas serão identificados e castigados, garantiu.

Entretanto, especialistas em energia já vieram desmentir a teoria de Nicolás Maduro. Em declarações à imprensa venezuelana, alguns consultores que se mantiveram sob anonimato explicaram que a rede elétrica venezuelana é anterior à Internet, pelo que não poderá ser atacada remotamente.

Governo venezuelano diz que vai provar à ONU envolvimento dos EUA no apagão

Mais de metade do país encontra-se sem acesso à eletricidade depois de uma falha elétrica na tarde de sexta-feira. Há milhares de estabelecimentos comerciais encerrados e já morreram 15 doentes renais que precisavam de diálise. Este sábado, a energia já foi restabelecida em algumas zonas da capital, Caracas, mas o resto do país continuava sem eletricidade.

Também neste sábado, o Governo da Venezuela assegurou que vai entregar às Nações Unidas, “dentro de poucos dias”, provas concretas de que o apagão teve origem num ataque levado a cabo pelos Estados Unidos.