Conan Osiris “tem tudo para ganhar” o Festival da Eurovisão este ano. A afirmação é de Salvador Sobral, cantor português que em 2017 venceu o concurso internacional de canções com o tema “Amar pelos Dois”. Em entrevista à RTP, o músico que edita no próximo dia 29 de março o seu novo álbum — intitulado Paris, Lisboa e o primeiro a solo de originais desde que venceu a Eurovisão — foi otimista.

Tem todos os fatores [para ganhar]. É o que eles querem: [alguém que tenha] impacto, que seja muito diferente e que se distinga. Tem tudo: a música, a maneira como ele está vestido, tem tudo para ganhar aquilo”, apontou.

Salvador Sobral acrescentou que está mesmo convicto de que Conan Osiris pode vencer o Festival Eurovisão da Canção, no programa “Grande Entrevista”: “Na Suécia, estavam a ver o Festival da Canção sueco. Escolheram o representante deles. Depois mostrei: olhem aqui o que Portugal vai mostrar. Já sabia [a reação]: wow, é isso que eles precisam na Eurovisão, é o wow”.

O cantor diz que “também” ganhou pelo “fator diferença”, por ter levado uma canção “muito diferente”. Conan Osiris “tem o fator diferença”, constatou. “Não é a música que interessa, é a diferença. Isto não é sobre a música, é sobre o impacto. É entretenimento, é um programa de televisão, que mostra as novas tecnologias musicais, ‘olhem estas novas luzes’… é isso que é importante”.

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Ainda assim, numa apreciação à música de Conan Osiris, Salvador Sobral afirmou: “Não compraria um disco dele. Pronto. Se calhar ele também não iria comprar o meu disco, não é a cena dele. Não é uma coisa que eu ouviria ao chegar a casa. Não é o meu estilo“. O cantor disse no entanto que tem amigos “que gostam muito” de Conan Osiris e que “são amigos dele”.

Próximo disco de Salvador Sobral já tem título e data de edição. “Paris, Lisboa” chegará a 29 de março e terá uma valsa francesa

Antes de Salvador Sobral, o pianista que o acompanha, que tocou com ele e com Caetano Veloso na final da última edição do Festival da Eurovisão e que dirige o projeto musical Alexander Search, de que o cantor faz parte — Júlio Resende — já havia comentado a prestação de Conan Osiris. Num longo texto a propósito da atuação de Conan, quando este ainda não tinha ganho o Festival da Canção, Júlio Resende escreveu:

Conan Osíris, como Salvador Sobral, não é um rapaz apenas com futuro, mais que isso, é um rapaz que já tinha um passado antes de aparecer para a opinião pública. E desta vez, ao contrário daquilo que se passou com Salvador — que NUNCA ganhou o 1º prémio do público no Festival da Canção, não nos esqueçamos –, este mesmo público parece ter aprendido com os seus erros e, desta vez, não está a julgar Osíris pelas suas roupas e atitudes. Parabéns público! Aprender é uma arte também.”

Para Júlio Resende, Conan Osiris é “um cantor frágil, mas um artista forte! A sua fragilidade fê-lo construir um estilo muito singular, que mistura o fado, o cigano, o arabesco. Porque cantar é uma pequenina parte de se ser intérprete. Mas se há uma canção que todos os artistas conhecem é a canção de que no peito de um desafinado também bate um coração, e esse é o mais importante em cada artista. O coração de Osíris é original, bondoso, popular, despreconceituoso, acutilante, humilde. O coração de Osíris dança. Fantasia. Critica. Ri! Ter um artista com um coração que ri não é fácil. É até uma benção de vez em quando”.

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O momento em que Salvador Sobral cantou com Caetano Veloso, “o melhor que o Festival” lhe deu