Se o Golf é um modelo importantíssimo para a Volkswagen, o primeiro elemento da nova família eléctrica I.D. perfila-se como o rosto da “nova Volkswagen”, com a marca alemã a apostar fortemente nele para desencadear a sua ofensiva eléctrica. Até agora, a estratégia delineada passava por apresentá-los lado a lado, no Salão de Frankfurt, em meados de Setembro. Opção essa que prometia concentrar a atenção da imprensa e do público, mostrando-lhes fisicamente que é possível ter dois modelos para vender em grande volume, praticamente ao mesmo preço, sendo um animado por motor a combustão interna e outro eléctrico. Porém, eis que chega de Wolfsburg a indicação que essa estratégia – que até fazia sentido – foi alterada.

Vender o I.D. ao preço do Golf. Volkswagen parte a loiça

O novo plano é este: a 8 de Maio arrancam as pré-vendas do Volkswagen I.D; o eléctrico a bateria será a estrela do stand da marca em Franfkfurt e a oitava geração do Golf é adiada para o início de 2020, desconhecendo-se ainda se fará a sua estreia num salão ou num evento criado especificamente para esse propósito.

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Alguma imprensa chegou a aventar a possibilidade do atraso do Golf se dever a problemas de ordem técnica. Em causa estariam falhas nos recursos digitais do compacto, cuja nova geração aposta na integração de muita tecnologia para torná-lo mais apelativo e diferenciá-lo da concorrência. “Ele vai ter mais softwares a bordo do que nunca. Estará sempre online e os seus sistemas de assistência e o cockpit digital serão a referência, em termos de conectividade e segurança”, garantiu recentemente Karlheinz Hell, que está à frente dos compactos da Volkswagen.

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O construtor reconheceu que houve, de facto, problemas técnicos. Contudo, segundo o director de Vendas e Marketing da Volkswagen, Jürgen Stackmann, as dificuldades na integração não afectariam a produção, nem colocariam em causa o cronograma inicialmente definido para o hatchback. Como responsável máximo pelas vendas, foi assim que Stackmann explicou à Automotive News a razão de “empurrar” o Golf para o início do próximo ano: “Não tem nada a ver com produção. É uma decisão de vendas, pois não faz sentido estar a pôr carros debaixo da árvore de Natal quando ninguém está para aí virado.” Ou seja, adiando o lançamento, a marca espera fintar a tradicional queda das vendas no final do ano e “dar à oitava geração do Golf a exclusividade que ela merece”, justifica Jürgen Stackmann.