A bolsa nova-iorquina encerrou esta 6.ª feira em forte queda, com os investidores a cederem às preocupações com o crescimento da economia internacional, depois de divulgadas estatísticas europeias que consideraram dececionantes, o que se refletiu também nos mercados obrigacionistas.
Os resultados definitivos indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 1,77%, para os 25.502,32 pontos.
Mais fortes foram as desvalorizações dos outros índices, como o tecnológico Nasdaq, que recuou 2,50%, para as 7.642,67 unidades, e do alargado S&P500, que recuou 1,90%, para as 2.800,71.
Estes três índices conheceram hoje a sua pior sessão desde 03 de janeiro.
“As inquietações ligadas à economia mundial estão de regresso”, comentou Alan Skrainka, da Cornerstone Wealth Management.
Os investidores focaram-se hoje particularmente no índice alemão que mede o crescimento do setor industrial, que saiu bem abaixo das expetativas dos analistas.
O crescimento da atividade privada na zona euro, por seu lado, recuou em março.
Estas estatísticas lembraram a fragilidade da economia internacional, que está confrontada com a diminuição do ritmo de crescimento na China e na Europa, que se pode estender aos EUA.
Estas inquietações sobre o estado da economia internacional refletiram-se no mercado obrigacionista norte-americano.
A taxa de juro da dívida pública dos EUA a 10 anos caiu hoje para os 2,416%, que é o nível mais baixo desde janeiro de 2018. Esta taxa, por norma, evolui a par com as expetativas sobre o crescimento e a inflação nos EUA.
Saliente-se que a taxa a 10 anos passou mesmo para um patamar inferior ao da taxa da dívida a três meses, um fenómeno que é designado “inversão da curva das taxas”, uma forma de anomalia do mercado que tem precedido em alguns trimestres a quase totalidade das recessões norte-americanas nas últimas décadas.
Tradicionalmente, quanto mais longo o prazo do investimento, mais o juro pago é elevado.
Cerca das 20:10 de Lisboa, a taxa de juro paga pela dívida norte-americana a três meses era de 2,442% contra 2,436% para a relativa aos 10 anos.
“Não penso que se trate de um sinal de recessão iminente para os EUA. É antes um sinal que o crescimento mundial está em vias de bater a asa” (para levantar voo), observou Justin Lederer, estratega das taxas de juro na Cantor Fitzgerald.