O número de mortes em Moçambique provocadas pela passagem do ciclone Idai continua a aumentar. Esta manhã, as autoridades locais fizeram um novo balanço revelando que há já registo de 446 vítimas mortais. No Zimbabué estão contabilizadas atualmente 259 vítimas mortais e no Maláui o registo oficial aponta atualmente para 56 mortos. Ao todo, o ciclone já provocou 761 mortos nos três países.

O governo moçambicano já tinha avisado na passada sexta-feira que era provável que o número de vítimas mortais subisse diariamente, à medida que se aprofundam as operações de buscas e salvamento.

Este sábado, um novo balanço tinha feito subir o número de mortes no país mais afetado, primeiro para 417 e já no final do dia para 419. O anterior balanço, feito na véspera, sexta-feira à tarde, apontava para a existência de 293 vítimas mortais em Moçambique.

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Sete portugueses regressam de Moçambique

Sete portugueses são repatriados este domingo de Moçambique, num avião que foi fretado pelo Estado português e que chegou à cidade da Beira, no sábado, com carga e elementos da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

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O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, numa reunião este domingo com a comunidade portuguesa da Beira, cidade do centro de Moçambique afetada pelo ciclone Idai no dia 14, disse que são cinco homens, uma mulher e um jovem de 15 anos que hoje regressam a Lisboa.

O governante disse que dos 93 portugueses que estavam por contactar na sequência do ciclone há ainda 12 por contactar. O secretário de Estado falou especificamente de um português de Buzi, das zonas mais afetadas, José Arsénio da Fonseca.

Caetano Pestana, da Atlantic Airways, disse à agência Lusa na Beira que o voo que transporta os sete portugueses parte às 13:00 (11:00 em Portugal) e que são pessoas que ou têm problemas de saúde ou perderam todos os bens durante o ciclone. O ciclone e as cheias que se seguiram provocaram até agora 446 mortes. Em centos de acolhimento estão mais de 109.000 pessoas, segundo os últimos dados.

Saiba como ajudar as vítimas do ciclone em Moçambique

No encontro com a comunidade portuguesa, José Luís Carneiro, garantiu que o consulado está em condições de apoiar os portugueses, e na sequência de críticas que tinham sido feitas de falta de apoio disse que no dia do ciclone foi enviado um email a mais de 1.900 pessoas a alertar para a situação.

No balanço sobre as ações tomadas na última semana, o responsável disse que a prioridade foi recuperar o consulado, cujas obras começam na segunda-feira, onde os meios humanos foram reforçados e que temporariamente vai ter apoio médico durante as manhãs.

Uma equipa do INEM esteve a verificar as condições do hospital da Beira, onde material em falta já chegou e já foi entregue, disse também o governante, acrescentando que também está a ser feito um esforço em termos de comunicações (o consulado já tem internet desde sábado).

Os serviços consulares também estão a fazer um levantamento das famílias que precisam de apoio para recuperação de casas – foram identificadas e apoiadas 15 famílias que precisavam de ajuda -, e está a ser feito um levantamento da destruição de empresas, para ativar uma linha de crédito.

O colapso das barragens, a vaga de doenças e a falta de água potável. Os perigos que se seguem em Moçambique

Cruz Vermelha envia avião com ajuda humanitária

De Portugal já chegaram a Moçambique dois aviões C130 e um avião comercial alugado. Ao todo chegaram seis toneladas de recursos, entre alimentos, redes mosquiteiras e material de higiene.

Na Beira, vindos de Portugal, já estão bombeiros, elementos da GNR, do Serviço Nacional de Proteção Civil, do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), das Forças Armadas e da EDP.

Este domingo, parte para a Beira um avião fretado da Cruz Vermelha Portuguesa. O charter, um Boeing 767, partirá do aeroporto de Figo Maduro e viajará direto para a cidade moçambicana, revelou o presidente da organização, Francisco George, à SIC. “É preciso que os portugueses compreendam que esse avião tem custos. Foram pagos 210 mil euros para fretar este avião, que têm origem no conjunto dos fundos que têm sido recebidos. É por isso que é tão importante que os portugueses continuem a fazer transferência para as contas deste fundo de emergência para Moçambique”, disse ainda. Além de alimentos e recursos materiais, o avião partirá com 20 médicos e um hospital móvel que “provavelmente” será instalado “na periferia da Beira”.

Habitantes da aldeia Chiluvi, em Moçambique, após a passagem do ciclone Idai (@ ANDRÉ CATUEIRA/LUSA)

No início da próxima semana chegará à Beira o secretário de Estado Civil.