As Forças de Defesa Israelitas (IDF) confirmaram esta segunda-feira um bombardeamento contra o Hamas, na Faixa de Gaza, como resposta a um ataque realizado com rockets e que atingiu uma casa em Telavive, provocando sete feridos, incluindo duas crianças. A retaliação de Israel teve como alvo uma sede secreta de inteligência militar em Gaza, onde “o Hamas recolhe informações para planear ataques contra Israel”, referiram as autoridades.

Helicópteros israelitas realizaram pelo menos três ataques no oeste da Faixa de Gaza a instalações do braço armado do movimento islâmico Hamas, no poder no enclave palestiniano sob bloqueio, indicaram testemunhas. Esta operação ocorreu quando o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, chegava à Casa Branca, onde o Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que Washington reconhece “o direito de Israel a defender-se” e classificou como “um ataque desprezível” o disparo do ‘rocket’ palestiniano.

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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tinha prometido, durante uma visita a Washington para se encontrar com Donald Trump, uma resposta “com força” ao ataque. “Há alguns minutos, conclui uma chamada de atualização com o Chefe de estado, o líder da Agência de Segurança de Israel e o líder do Conselho de Segurança Nacional. Houve um ataque no Estado de Israel e vamos responder com força”, referiu Netanyahu em comunicado.

Devido aos eventos mais recentes, o primeiro-ministro de Israel anunciou ainda que decidiu encurtar a sua visita aos Estados Unidos. Depois do encontro com Trump, vai “voltar imediatamente para Israel para gerir as ações de uma forma mais próxima”.

Este pico de tensão desperta o espectro de um novo confronto armado entre Israel e a Faixa de Gaza. O exército israelita acusou o Hamas de ser o autor do disparo que — precisou – percorreu 120 quilómetros desde uma posição do movimento palestiniano no sul da Faixa de Gaza. O Hamas, entretanto, negou estar por detrás do disparo e a Jihad Islâmica, o segundo grupo armado de Gaza, advertiu de que a sua reação seria proporcional a uma “agressão israelita”. Estes acontecimentos surgem num período altamente sensível, quando se aproximam as eleições legislativas israelitas, marcadas para 9 de abril.

Israel e o Hamas travaram três guerras na Faixa de Gaza desde que o movimento islâmico ali tomou o poder pela força, em 2007, depois de a comunidade internacional se ter recusado a reconhecer a sua vitória nas legislativas.

As duas partes estiveram mais uma vez à beira da guerra em 2018, e as tensões aumentaram de novo nas últimas semanas e prosseguem a apenas alguns dias de 30 de março, o primeiro aniversário da “Grande Marcha do Regresso”, mobilização contra o bloqueio e pelo direito dos palestinianos a regressarem às terras de onde fugiram ou foram expulsos quando Israel foi criado, em 1948. Este aniversário deverá envolver uma grande mobilização palestiniana.

Desde março de 2018, pelo menos 258 habitantes da Faixa de Gaza foram mortos por fogo israelita, a grande maioria em manifestações, muitas vezes acompanhadas de violência, ao longo da fronteira, e os restantes em bombardeamentos israelitas.

A ONU e a União Europeia condenaram o disparo do rocket palestiniano. “As Nações Unidas estão a trabalhar intensivamente com o Egito e todas as partes” para impedir uma escalada” do conflito, escreveu o enviado da ONU, Nickolay Mladenov, no Twitter.