Em condições normais, e depois do comunicado emitido após a divulgação pública da parte da auditoria ao Grupo Sporting relativa à SAD (já depois de ter surgido no Record e no Correio da Manhã), tudo apontava para que a reação ao sucedido viesse de Rogério Alves, presidente da Assembleia Geral dos leões, na próxima semana. No entanto, e no seguimento não só de uma carta enviada por acionistas a pedir uma reunião magna extraordinária da sociedade verde e branca para esclarecimento desse e outros assuntos mas também da posição de três antigos candidatos (José Maria Ricciardi, Dias Ferreira e Fernando Tavares Pereira) e de uma outra recolha de assinaturas que, segundo soube o Observador, circula nos bastidores do universo leonino para pedir uma Assembleia Geral extraordinária do clube, Frederico Varandas acabou por tomar uma posição esta sexta-feira.

254 páginas da SAD, 137 do clube: a auditoria que divide o Sporting (e que ninguém sabe de onde saiu)

Após o final do encontro frente ao Nacional, que o Sporting venceu por 1-0 com golo de Luiz Phellype, o presidente leonino abordou todas as diligências que foram tomadas pelos dirigentes depois da fuga da auditoria também na parte que diz respeito ao clube (neste caso, esta semana), assegurou que a Direção não tem responsabilidades no sucedido e passou ao ataque aos seus críticos, com especial enfoque em Carlos Vieira e Bruno Mascarenhas, que estiveram no elenco de Bruno de Carvalho.

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“Mais uma vez, na última semana, vimos a exposição pública de origem criminosa do relatório final da auditoria. Vamos responsabilizar quem o fez, já abrimos inquérito interno e fizemos participação à Polícia Judiciária. Vamos perseguir quem o fez até às últimas consequências. A divulgação não partiu da nossa iniciativa. Com perplexidade e muita preocupação vejo ex-candidatos preocupados com a divulgação do relatório; nós, administração da SAD, partilhamos a preocupação. Mas não os vi a comentar o sucesso do empréstimo obrigacionista, o resolver do problema grave de tesouraria que tínhamos, a conquista da Taça da Liga ou o apuramento para a final do Jamor. Não vi nenhum comentário público sobre isso…”, começou por referir Frederico Varandas, antes de visar os elementos que faziam parte da antiga Direção dos leões.

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“Há senhores como Carlos Vieira ou Bruno Mascarenhas [antigos vice e vogal da Direção de Bruno de Carvalho] preocupados e que têm responsabilidade. Preocupa-me o conteúdo da auditoria. Eles fizeram parte do Conselho Diretivo do clube e da administração da SAD [apenas no caso de Vieira], foram responsáveis por limparem a conta reserva, pelo ‘caso Batuque’, pela empresa chinesa… Essas situações é que deviam preocupar esses senhores. Este Conselho Diretivo e esta administração têm gasto muita energia a apagar fogos da última Direção, a resolver problemas de uma herança lamentável, mas cada vez estamos a gastar mais tempo com o futuro”, acrescentou, a propósito do conteúdo da própria auditoria.

“Tínhamos uma nuvem negra e já começa a haver sol. Mas de vez em quando a nuvem volta e já cansa os sportinguistas. A publicação da auditoria é mais uma herança que vamos resolver. Estes casos são uma vergonha, concluiu Varandas.

Grupo de acionistas pede Assembleia Geral Extraordinária da Sporting SAD após divulgação da auditoria

De acordo com informações recolhidas pelo Observador, o Conselho Diretivo aguarda pelo resultado das diligências que estão a ser feitas pelo Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting e pelo Ministério Público em relação ao conteúdo da auditoria para estudar a partir daí novas medidas que possam ser tomadas. A próxima Assembleia Geral dos leões deverá ter lugar apenas em junho, podendo ou não coincidir com a reunião magna para aprovação do Orçamento e Plano de Atividades para a temporada 2019/20 que costuma realizar-se nos últimos dias desse mesmo mês. Será aí também que Bruno de Carvalho poderá recorrer da decisão de expulsão de sócio, tal como o antigo vogal Alexandre Godinho.