As expectativas de Wall Street em relação ao comportamento da Tesla nos primeiros três meses do ano não eram muito animadoras, apontando para uma facturação de apenas 5,779 mil milhões de dólares e uma perda de 1,21 dólares por acção. Mas a realidade superou as projecções, e o encaixe anunciado pelo construtor de apenas 4,5 mil milhões de dólares fez elevar as perdas por acção para 4,10 dólares.

Apesar destes maus resultados, que especialistas da bolsa classificaram de “apocalípticos”, a Tesla continua de vento em popa, justificando os maus resultados pelo elevado número de veículos em trânsito rumo à Europa e à China, ao contrário do que aconteceu no trimestre anterior, em que a esmagadora maioria das vendas se destinou ao mercado interno americano. E como os modelos só são facturados depois de serem entregues aos clientes, a marca esclarece assim o desvio na facturação e no volume de vendas.

Além de ter de lidar com o prejuízo, a Tesla teve ainda de reunir capital para fazer frente ao compromisso financeiro de 920 milhões de dólares, em obrigações, que venceram este mês. Mas nada disto parece ter afectado o fabricante, que prefere concentrar-se no bom desempenho das vendas do Model 3 e nas margens de lucro brutas que os seus veículos asseguram, na casa dos 20%.

Os prejuízos chegam depois de dois trimestres consecutivos de lucro, os primeiros na história da marca, com os analistas a justificarem o mau desempenho devido ao corte de 50% nos incentivos à aquisição dos veículos da marca (por ter superado a fasquia das 200.000 unidades vendidas), o que fez os clientes anteciparem as vendas para o trimestre anterior, deixando este mais “deserto”. Veja aqui o comunicado oficial do fabricante.

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