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O exemplo que Otávio deu na equipa que acabou sem querer ser campeã (a crónica do Rio Ave-FC Porto)

Este artigo tem mais de 4 anos

FC Porto chegou ao 2-0 em cinco minutos na primeira parte mas Rio Ave nunca deixou de acreditar e empatou nos últimos cinco minutos. Otávio deu uma lição – e os dragões chumbaram com outra.

Jogadores do FC Porto após o golo do empate marcado por Ronan: Rio Ave empatou o encontro nos últimos cinco minyutos
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Jogadores do FC Porto após o golo do empate marcado por Ronan: Rio Ave empatou o encontro nos últimos cinco minyutos

Pedro Correia

Jogadores do FC Porto após o golo do empate marcado por Ronan: Rio Ave empatou o encontro nos últimos cinco minyutos

Pedro Correia

“A equipa merecia muito mais e poderia ter sido muito diferente. [Quero] pedir desculpas e assumir o meu erro que fez acabar com o nosso sonho e de todos os portistas”, escreveu Otávio nas redes sociais pouco depois da derrota do FC Porto em casa frente ao Liverpool, que carimbou a eliminação dos azuis e brancos na Liga dos Campeões. Casillas, Brahimi ou Felipe responderam de seguida, dando alento ao brasileiro. Sérgio Conceição sentiu necessidade de lhe ligar às duas da manhã.

FC Porto sofre dois golos nos últimos cinco minutos e empata fora com Rio Ave (2-2)

“Não faz sentido dizer em público que cometeu um determinado erro, eu também não venho dizer e sou o primeiro a cometer erros. O balneário é muito forte e foi mais em tom de desabafo que ele sentiu necessidade de extravasar aquilo. Falámos também no dia seguinte porque aqui quando há um erro é de toda a equipa”, explicou o técnico sobre a atitude do brasileiro que acabou por ser a grande surpresa dos dragões nesse jogo com os ingleses que correu (muito) bem até ao primeiro golo, de Sadio Mané – e que acabou por ser substituído nesse encontro ao intervalo, para o reforço do ataque com Soares. Otávio podia ter “acabado” para esta temporada nesse momento; ao invés, continuou como titular. E nem com Corona de regresso caiu das opções.

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Formado nas escolas do Internacional, “Tavinho”, como também é conhecido, passou pela equipa B antes de rumar a Guimarães por empréstimo, onde se destacou de vez na temporada de 2015/16. Voltou nesse verão ao Dragão, mostrou todo o seu potencial mas andou sempre “amarrado” a problemas físicos que lhe foram tirando alguns períodos da época. Agora, também por culpa da grave lesão de Aboubakar nos primeiros meses, já tem o recorde de jogos de azul e branco e marcou tantos golos como nos dois anos iniciais (seis). Em Vila do Conde, fez mais uma assistência para golo mas destacou-se sobretudo pelo espírito de sacrifício com que tentou cumprir em termos táticos, abrindo na direita em termos ofensivos mas tentando anular os espaços centrais sem bola (chegou ao intervalo com quatro faltas, o dobro do Rio Ave). Não foi o jogo mais inspirado, não foi um jogo que lhe fique muito tempo na memória mas esteve em campo como campeão. Ao contrário do FC Porto nos últimos 20 minutos.

Ficha de jogo

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Rio Ave-FC Porto, 2-2

31.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Rio Ave, em Vila do Conde

Árbitro: Artur Soares Dias (AF Porto)

Rio Ave: Léo Jardim; Junio Rocha, Rúben Semedo, Borevkovic, Afonso Figueiredo; Tarantini (Jambor, 69′), Felipe Augusto; Gabrielzinho (Joca, 82′), Nuno Santos; Gelson Dala e Bruno Moreira (Ronan, 69′)

Suplentes não utilizados: Paulo Vítor, Messias Jr., Matheus Reis e Carlos Jr.

Treinador: Daniel Ramos

FC Porto: Iker Casillas; Éder Militão, Pepe, Felipe, Alex Telles; Danilo, Herrera; Corona (Soares, 85′), Brahimi (Wilson Manafá, 76′), Otávio (Bruno Costa, 87′) e Marega

Suplentes não utilizados: Vaná, Maxi Pereira, Mbemba e Óliver Torres

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Brahimi (18′), Junio Rocha (22′, p.b.), Nuno Santos (85′) e Ronan (90′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Marega (21′), Junio Rocha (38′) e Jambor (80′ e 90+2′); cartão vermelho por acumulação a Jambor (90+2′)

Mais do que as goleadas, uma das principais características que definem um campeão passa pela capacidade de saber gerir o jogo. Perceber quando atacar, como atacar ou simplesmente não atacar – desde que consiga controlar com bola, evitando os lances de perigo do adversário. Foi tudo isto que faltou aos dragões na parte final do encontro e que deu vida a um Rio Ave sempre agarrado à ideia de jogar pela positiva mas que via o tempo passar sem o golo que funcionasse como clique para a reviravolta. Se já seria estranho ver o FC Porto sofrer neste contexto, consentir o empate a duas bolas nos últimos cinco minutos com erros primários da equipa no plano defensivo foi a grande surpresa da noite. E uma lição que levou a um chumbo demasiado pesado.

Os primeiros minutos trouxeram uma imagem que não se confirmaria ao longo da primeira parte: um Rio Ave com capacidade de saída, a explorar da melhor forma a velocidade pelos corredores laterais e o jogo entre linhas de Gelson Dala, contra um FC Porto a sentir dificuldades em chegar ao último terço com qualidade. Bruno Moreira, no seguimento de uma grande arrancada a toda a velocidade de Gabrielzinho pela esquerda, teve o primeiro remate muito por cima (6′), pouco antes de um lance entre Marega e Rúben Semedo na área do conjunto de Vila do Conde que motivou protestos dos azuis e brancos (8′). O conjunto de Daniel Ramos confirmava o bom momento que atravessa e criava problemas à formação de Sérgio Conceição mas tudo mudaria de feição a partir do primeiro quarto de hora, quando o encontro ficou mais partido e de feição para os azuis e brancos.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Rio Ave-FC Porto em vídeo]

No jogo como no discurso de Sérgio Conceição na antecâmara da partida nos Arcos, os dragões deixaram de olhar para o lado (no caso do técnico, a analogia dizia respeito aos resultados do Benfica até ao final da temporada no Campeonato), souberam ler da melhor forma as lacunas do adversário nas transições e ganharam outro conforto depois de inaugurarem o marcador num lance de livro a nível de saídas rápidas: corte de Alex Telles na área, passe de Herrera para Corona, bola para a condução em posse de Brahimi com o mexicano e Marega a abrirem linhas de passe e a deslocarem adversários, abertura na direita em Otávio e centro perfeito para o argelino fazer apenas o seu segundo golo de cabeça na área desde que chegou a Portugal (18′). Apenas quatro minutos depois, novo remate e um autogolo de Junio Rocha, no seguimento de um lançamento lateral na direita mal aliviado pela defesa vila-condense que sobrou para o remate de Marega desviado pelo lateral (22′).

Em dois remates, dois golos. Depois de alguns jogos em que somou mais de 20 tentativas sem sucesso, o FC Porto não poderia desejar melhor entrada com uma vantagem segura em menos de cinco minutos que afetou e muito a prestação do Rio Ave, com mais receio de sofrer de novo em transição do que propriamente com vontade de arriscar e reduzir o resultado. Assim, e perante um adversário a afundar-se no plano anímico, foram os azuis e brancos a beneficiarem de oportunidades para fecharem de vez o encontro, com Marega (33′) e Brahimi (40′) a verem Léo Jardim travar da melhor forma tentativas em zona de perigo.

O intervalo fez bem ao Rio Ave. E só não fez melhor porque os vila-condenses não tiveram metade da eficácia do FC Porto logo a abrir, falhando aí a taluda vencedora para reentrar no comboio do resultado e poder discutir pontos no encontro: primeiro foi Bruno Moreira a falhar sozinho no coração da área após um grande cruzamento na direita de Junior Rocha (49′); depois foi Gelson Dala, na sequência de uma perda de bola de Brahimi em zona proibida que permitiu a Nuno Santos avançar até à zona de perigo, a rematar fraco e à figura para defesa a dois tempos de Casillas (52′). Mesmo sem sofrer mossa, o mau regresso teve efeito nos dragões e tudo mudou no seguimento de um lance em que Borevkovic tirou a Brahimi o terceiro golo (55′).

À entrada para os últimos 20 minutos, quando Daniel Ramos lançou Jambor (que seria expulso por acumulação nos descontos) e Ronan na partida, o FC Porto parecia ter o encontro controlado mas falhou em vários aspetos: no excessivo recuar de linhas, na incapacidade de gerir a partida com bola, nos erros posicionais que abriam demasiados espaços à entrada da área. Filipe Augusto, que melhorou e muito quando subiu no terreno, ainda deixou um primeiro aviso com um remate fortíssimo à trave (73′) mas a surpresa estava mesmo guardada para os últimos cinco minutos, com Nuno Santos a surgir nas costas da defesa azul e branca a fazer o 2-1 após passe de Gelson Dala (85′) e Ronan a empatar com um remate que bateu ainda em Alex Telles e traiu Casillas depois de mais uma perda de bola pouco habitual na primeira fase de construção (90′).

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