A coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou esta segunda-feira que este é o momento de o PS escolher um lado relativamente ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e reiterou que não aceitará um acordo que conduza à privatização do setor. “Sobre o SNS, as votações na especialidade ainda não começaram, e este é o momento de tomar decisões. E eu já disse e repito, este é o momento de o PS escolher um lado. Não se pode estar em todo o lado ao mesmo tempo, ou se escolhe o SNS ou se escolhe o Grupo Melo e os hospitais privados”, sustentou. Catarina Martins falava no Fundão, distrito de Castelo Branco, onde participou numa arruada do BE pelo mercado semanal local, acompanhada pela candidata do BE às eleições europeias, Marisa Matias.

O grupo parlamentar do PS propôs na quarta-feira que as Parcerias Público Privadas (PPP) na saúde, no futuro, passem a ter um caráter temporário “supletivo” em relação à gestão pública, requerendo uma explicação “devidamente fundamentada”, depois de na semana passada os bloquistas terem apresentado o fim das parcerias público-privadas e das taxas moderadores nos cuidados primários e nos atos prescritos por profissionais como pontos a que tinham chegado a acordo com o Governo. Horas mais tarde, o Governo esclareceu que “não fechou qualquer acordo com um partido em particular” sobre a Lei de Bases da Saúde.

Hoje, Catarina Martins voltou a falar do assunto e, quando questionada sobre a disponibilidade para estabelecer um acordo, referiu que o BE só aprovará um acordo que não favoreça uma privatização. “O que nós queremos é um acordo que salve o SNS, se for um acordo para salvar o Grupo Melo, pois, não pode ser o BE, mas isso parece-me de elementar bom senso”, frisou.

Sublinhando, por mais do que uma vez, que o BE não faz ‘ziguezagues’, não recua, nem diz uma coisa para depois fazer outra, a líder bloquista referiu que o partido não está contra a contratualização de serviços nos casos em que o SNS não tem resposta, mas defendeu que “não tem sentido nenhum” entregarem-se hospitais públicos aos privados”.

A falar numa cidade do Interior do país, afirmou que os que ali vivem sabem como as políticas dos últimos anos têm feito “uma sangria de recursos no SNS”.”Quantos concursos para médicos e para profissionais de saúde no Interior não ficam vazios? E como acham que isto acontece? Acontece porque o estado passou a dar aos hospitais privados”, fundamentou.

Questionada sobre as críticas que têm sido feitas por os documentos sobre a negociação da Lei de Bases da Saúde terem chegado à praça pública, Catarina Martins respondeu, lembrando que o SNS é público.

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