O Governo vai lançar, até final do ano, oito novos concursos para exploração de lítio em Portugal, garantindo que tais operações não põem em causa a saúde das populações daquelas zonas ou o meio ambiente.
“Lançámos uma estratégia para o lítio no ano passado e vamos lançar concursos de prospeção e pesquisa para oito reservas de lítio, além das que estão a ser exploradas”, disse o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.
O governante, que falava aos jornalistas em Bruxelas, à entrada para uma reunião da Aliança Europeia para as Baterias, indicou que estes novos concursos dizem respeito a “todas as zonas que estão já identificadas como tendo reservas de lítio e deverão ser lançados durante o corrente ano”.
Segundo o responsável, “todas estas concessões terão de respeitar escrupulosamente as regras de impacte ambiental e as medidas de minimização e mitigação que venham a ser aprovadas”.
A procura mundial pelo lítio, usado na produção de baterias para automóveis e placas utilizadas no fabrico de eletrodomésticos, está a aumentar e Portugal é reconhecido como um dos países com reservas suficientes para uma exploração comercial economicamente viável.
Porém, algumas populações têm vindo a manifestar-se contra os impactos de tais explorações, nomeadamente no norte do país.
Pedro Siza Vieira afastou motivos para preocupação.
É importante que as populações participem também no processo, mas aquilo que temos de ter como segurança é que não há, na Europa e, particularmente, em Portugal, desrespeito quer pelas condições de saúde das populações quer pelo meio ambiente”, vincou.
O governante acrescentou que o “património natural é um dos capitais mais importantes que o país tem e, portanto, a utilização dos recursos minerais deve sempre salvaguardar o respeito pelo meio ambiente”.
Entre os objetivos do Governo está, além da extração, a “criação de condições para a refinação e processamento” de lítio, adiantou o ministro da Economia.
Pedro Siza Vieira está em Bruxelas a participar numa reunião da Aliança Europeia para as Baterias, um projeto que visa reduzir a dependência da União Europeia (UE) de outros mercados neste setor, tornando-a autónoma e líder neste tipo de produção.
De acordo com o governante, a contribuição de Portugal para este projeto europeu, que junta a Comissão Europeia, os Estados-membros e o setor privado, reflete-se na “capacidade de investigação e da engenharia portuguesa muito avançada nestas matérias”.
Acresce que Portugal “é o maior produtor europeu de lítio, que é um dos materiais importantes para o fabrico de baterias, particularmente para os automóveis elétricos”, apontou.
“Como grande produtor e com reservas por explorar, [o país] procurará assegurar que, além de usarmos melhor as nossas reservas de lítio, somos capazes de ter na Europa, de preferência em Portugal, capacidade de refinação e processamento de derivados de lítio que possam ser usados diretamente na produção de baterias”, concluiu o responsável.