O cabeça de lista do Partido Democrático Republicano (PDR), Marinho e Pinto, defendeu que, na polémica em torno do empresário Joe Berardo, “a culpa não pode morrer solteira”.
Numa arruada na rua Santa Catarina, no Porto, em que teve dificuldades em encontrar portugueses no meio de tantos turistas a quem distribuir a informação da sua candidatura às eleições europeias, António Marinho e Pinto alinhou com o coro de críticas em torno da postura do empresário na comissão de inquérito parlamentar.
“A audição ao Joe Berardo não precisa de palavras. O sorriso dele é explicativo”, começou por responder o candidato.
“Talvez algumas pessoas compreendam agora que a degradação deste país reside, também, na degradação das elites, na facilidade com que se conseguem empréstimos de centenas de milhões de euros de um banco público”, acrescentou.
Considerando que “isto é ignóbil, neste e noutros casos”, o eurodeputado defendeu que “a culpa não pode morrer solteira”.
Contudo, continuou, “Joe Berardo é apenas a pontinha de um imenso ‘iceberg’ de milhares de milhões de euros que foram malbaratados, mas pior negociados”, porque o que aconteceu na maioria dos bancos foram “assaltos por dentro” feitos “pelas próprias administrações”.
Passando de Portugal para a Europa, Marinho e Pinto apontou o “ordenado dos deputados ao Parlamento Europeu uma das causas do populismo na Europa, por aquilo que ganham, pelos privilégios que têm em relação aqueles que representam”.
Desafiado a revelar as suas expectativas para 26 de maio, dia das eleições europeias em Portugal, o candidato gracejou que “prognósticos só depois do jogo”, mas assegurou que não entrou na corrida “para perder”, apesar da vida o ter ensinado “a ser prudente”.
Na frente de um grupo de cerca de 50 pessoas que o acompanhou no dia de campanha no Porto, depois da manhã ter sido passada em Aveiro, Marinho e Pinto exigiu que os “eurodeputados e os dirigentes políticos não se afastem tanto daqueles que representam”.
“Não podemos andar nas eleições em mangas de camisa, na rua, com informalidade, a prometer tudo e o seu contrário e depois atribuir a nós próprios rendimentos que são uma ofensa à maioria das pessoas que representamos”, criticou.
Por outro lado, acrescentou, não podem existir deputados na Assembleia da República que criam para si próprios “mais de cinco formas diferentes de subsídio, para terem outro ordenado totalmente isento de impostos, quando as pessoas estão esmagadas pelos impostos”.