Mais estacionamento e habitação a preços acessíveis no bairro de Campo de Ourique foram tema de uma ação de campanha da candidatura do Partido Democrático Republicano (PDR) à Câmara Municipal de Lisboa, nas eleições de domingo.

Para esta segunda-feira, o partido promoveu uma arruada pelo bairro, na qual participaram o candidato do PDR à autarquia lisboeta, Bruno Fialho, e a candidata à Junta de Freguesia de Campo de Ourique, Catarina Mexia.

“Tenho assistido a uma decadência do bairro, ano após ano”, descreve Catarina Mexia, candidata do PDR à Junta de Freguesia de Campo de Ourique, sentindo-se “na obrigação” de ir a votos.

O atual estado de coisas, acredita, “é fácil de alterar”, bastando “ter visão” e “ouvir” a população sobre “o que se passa” naquele bairro lisboeta.

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A candidata é reconhecida nas ruas e até arranca a uma assumida socialista uma promessa de voto. Nos cartazes espalhados pelo bairro, raramente a sua imagem surge incólume. “Faço muita mossa”, reage, com humor.

Contra “os políticos profissionais”, o PDR considera que é preciso “salvar os residentes de Campo de Ourique” —ou do “Costaquistão”, como lhe chama, aludindo ao facto de a junta ser liderada atualmente pelo filho do primeiro-ministro.

“Dinamizar o bairro, não só para os de fora, mas principalmente para os daqui” é o lema da candidatura, expresso pelo líder do PDR e candidato à autarquia da capital, Bruno Fialho, que acompanhou a arruada de hoje em Campo de Ourique.

Numa livraria antiga, que há três anos recebe cartas de despejo, a “dona Lena”, que ali trabalha desde os 12 anos, acusa o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, de falta de diálogo.

“Nunca teve, como é que havia de lhe faltar?”, aproveita Bruno Fialho.

Catarina Mexia quer pôr o bairro “como deve ser” e ouve três senhoras de idade pedirem-lhe para “passar das palavras aos atos”.

Bruno Fialho aproveita a deixa para constatar que a experiência dos mais velhos está a ser descartada e para garantir que a “habitação a preços acessíveis” não pode ser “só para jovens, mas também para seniores”, ameaçados com o despejo, face ao aumento das rendas, e “obrigados a deixarem o bairro”.

Contra “a diabolização da classe média, classe média alta, que faz mover a economia”, mas não conta com apoios públicos, por não ser considerada desfavorecida, o PDR acha que “Lisboa passou a ser uma cidade para ricos”, responsabilizando o executivo de Fernando Medina e apelando aos eleitores que “não votem sempre nos mesmos”.

Além de Bruno Fialho, concorrem às eleições autárquicas de domingo o atual presidente, Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), João Ferreira (CDU), Beatriz Gomes Dias (BE), Manuela Gonzaga (PAN), Bruno Horta Soares (IL), Nuno Graciano (Chega), Tiago Matos Gomes (Volt), João Patrocínio (Ergue-te), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Liber (movimento Somos Todos Lisboa).