Mais um comício, mais uma oportunidade para Paulo Rangel praticar a modalidade favorita da campanha: o tiro ao Marques. Desta vez, na Cerâmica Arganilense, onde aproveitou a tijoleira para um elogio ao edifício: “É um espaço magnífico e naturalmente laranja”. Depois de um final de tarde mais difícil, Rangel não estava para brincadeiras e decidiu denunciar a “ambiguidade do cabeça de lista do PS que é incapaz de dizer se quer ou não quer assumir o seu mandato como parlamentar europeu ou se quer eventualmente ser comissário europeu“.
Rangel diz que Pedro Marques, que tinha visto esta terça-feira na televisão, foi “ambíguo na sua resposta, esquivou-se à resposta”. E sugeriu que a candidatura do socialista era de “aluguer” para seguir para comissário europeu. “Isto não é altura de brincar às eleições“, avisou. Para Rangel, ou Pedro Marques “quer mesmo ir para o Parlamento Europeu” ou “se não quer, tem de dizer que não quer, não pode viver na ambiguidade, não pode andar a enganar, não pode prometer que vai ser deputado para depois deixar de ser. Isso não pode ser”. Esta ambiguidade, acusa, “revela que o PS e o seu cabeça de lista não levam a sério estas eleições“.
A dualidade não surpreende Rangel que denuncia que, já em “janeiro”, Portugal tinha tido “um ministro das Infraestruturas e do Planeamento que andou a prometer tudo a todos, a falar de milhares de milhões de euros para os próximos 10 anos, para chegar ao dia 18 de fevereiro e sair de ministro”.
Na mesma linha dos comícios que tinha feito nos últimos dois dias, Rangel insistiu nas falhas do Governo na saúde e na Proteção Civil. O candidato do PSD vê “indícios terríveis” e “alarmantes” em áreas como a mortalidade infantil. Para o social-democrata tudo isto está relacionado com “os cortes e as cativações” e acusa a ministra da Saúde, Marta Temido, de estar “constantemente a fazer bullying sobre o SNS”.
Paulo Rangel acusou ainda o governo de Costa de ser o “governo mais eleitoralista de sempre”, que promove apenas “medidas ilusórias, que façam vista para ver se alguém vai votar.”