Nos primeiros três meses do ano, os prejuízos da Farfetch mais do que duplicaram quando comparados com o primeiro trimestre de 2018: passaram de 50,727 milhões de dólares para 109,03 milhões. Em comunicado, a empresa liderada por José Neves — que desde setembro de 2018 está cotada na bolsa nova-iorquina — justifica a subida com a também subida dos custos operacionais (para 85,5 milhões de dólares) e com o “impacto de um dólar mais forte”.

Apesar dos prejuízos, as receitas da plataforma de moda de luxo aumentaram 39% para 174,06 milhões. José Neves salienta também o crescimento de 44% da plataforma Gross Merchandise Valu, para 415 milhões de dólares. “Isto ultrapassou nas nossas expectativas, com alguma distância, e o crescimento no setor dos bens pessoais de luxo online à medida que continuamos a ganhar quota de mercado”, afirma.

Elliot Jordan, responsável pelo departamento financeiro da Farfetch, adianta que “está muito satisfeito com o começo de ano forte que tiveram, com os resultados do primeiro trimestre a demonstrar um trimestre bem-executado”.

Os resultados surgem dias depois de a Farfetch ter anunciado uma nova área de negócio, o Farfetch Second Life, um programa piloto de revenda de malas de designer. Os clientes que acederem a esta nova opção poderão trocar as malas usadas por créditos em compras no marketplace da Farfetch.

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A proposta de preço de venda da mala é feita pelo parceiro da Farfech. Se for aceite, o cliente agenda um serviço de recolha gratuito e, depois de receção e verificação do artigo, a empresa adiciona o valor acordado à conta do cliente, para que depois possa ser utilizado em compras na plataforma de moda. A iniciativa integra uma nova marca de negócio sustentável da empresa, a Positively Farfetch.

“A moda de luxo está cada vez mais relacionada com a moda sustentável e a revenda de artigos em segunda mão é uma área de interesse crescente por parte dos nossos clientes. Tal como o mercado de luxo online, o mercado de luxo em segunda mão também está a crescer muito rapidamente e é provável que duplique mesmo nos próximos 5 anos, atingindo os 51 mil milhões de dólares”, afirmou Giorgio Belloli, Chief Commercial and Sustainability Officer.

O projeto piloto desta nova área de negócio foi desenvolvido com um dos parceiros do Dream Assembly, programa de aceleração tecnológica lançado em 2018, e estará disponível para clientes do Reino Unido e de outros mercados europeus. Nesta fase, os clientes podem já revender malas de 27 marcas.