Pelo menos 40 presos foram esta segunda-feira encontrados mortos em quatro prisões em Manaus, no estado do Amazonas, avançou o governo local, citado pela Folha de São Paulo. O caso ocorreu logo após um motim no Complexo Penitenciário Anisio Jobim (COMPAJ), também em Manaus, ter provocado 15 mortos, o que leva a um total de 55 mortes em menos de 48 horas em prisões brasileiras.
Segundo o G1, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que todas as mortes apresentavam indícios de asfixia e foram registadas em quatro prisões: no Instituto Penal Antônio Trindade (25 mortos), na Unidade Prisional de Puraquequara (6 mortos), no Centro de Detenção Provisória Masculino (5 mortos) e no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (4 mortos).
No caso das mortes no COMPAJ, no domingo, grupos rivais começaram a lutar entre si por volta das 12h de sábado, tendo sido enviados rapidamente reforços. A mesma prisão foi palco de um violento motim em janeiro de 2017, de que resultou a morte de 56 pessoas.
O governo do Amazonas informou, entretanto, que o governador Wilson Lima já falou com o ministro da Justiça e Segurança Público, Sérgio Moro, que vai enviar uma equipa de intervenção prisional para o Estado do Amazonas, para que possa ajudar num “problema que é nacional: o problema dos presidiários”.
Os familiares dos presidiários juntaram-se à porta das cadeias em protesto contra a falta de informação e contra a insegurança dentro das prisões brasileiras. As autoridades já abriram, entretanto, uma investigação para apurar as circunstâncias em que estas mortes aconteceram e as visitas nestes estabelecimentos prisionais foram suspensas.
Ao G1, o secretário de Administração Penitenciária, Marcos Vinicius Almeida, contou que a confusão decorreu durante o horário de visita das prisões. “Não foi uma rebelião, foi uma briga de internos. Nunca havia acontecido mortes durante visitas. Alguns morreram dentro da cela com as grades trancadas. Eles também cometeram os crimes em frente aos familiares”, afirmou Marcos Almeida. Algumas testemunhas contaram ao Folha de São Paulo que viram os próprios familiares presos serem levados da sala de visitas.