“Trabalhámos uma coisa, saiu outra. Mas nada está perdido”. Em duas frases, Fits, o pivô brasileiro contratado pelo Benfica aos italianos do Kaos Futsal para repetir o perfil de jogador que os encarnados não mais tiveram desde a saída de Elisandro para os espanhóis do Inter, resumiu o primeiro jogo da final do Campeonato Nacional de futsal e lançou o segundo: para o Sporting, que foi à Luz recuperar para si a vantagem do fator casa que tinha perdido na fase regular, um triunfo era uma espécie de xeque ao título que deixava a equipa a um pequeno passo da festa; para as águias, uma vitória no Pavilhão João Rocha seria o encher de um balão de confiança que saiu abalado pelo desaire inicial e que relançaria por completo as contas. Ou seja, mesmo tarde e a más horas (um dérbi a começar às 21h55 a meio da semana não é muito normal…), este era mais do que um jogo.

Sporting ganha na Luz ao Benfica após prolongamento com bis do guarda-redes Guitta e lidera final do Campeonato

E se é verdade que o Benfica teve muito demérito na forma como perdeu o jogo 1 da final, onde o Sporting foi melhor e viu o rival cometer demasiados erros “anormais” na presente temporada, os papéis inverteram-se por completo esta quinta-feira no jogo 2, com os leões a afundarem-se em lapsos coletivos e individuais na segunda parte aproveitados da melhor forma pelas águias para voltarem a colocar tudo igual no momento das decisões, vencendo por 6-3 no terreno do rival. Agora, as duas equipas voltam a encontrar-se no domingo na Luz e, quem ganhar, ficará apenas a um triunfo do título.

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Depois de um início a abrir do regressado Marc Tolrà, a tentar visar logo a baliza leonina, foram os visitados que assumiram da melhor forma a missão de inaugurarem o marcador no arranque (como tinha acontecido no jogo 1 da final, com o guarda-redes Guitta a marcar ainda no primeiro minuto). Cardinal, num lance de estratégia nascido numa reposição de Pany, deixou a primeira ameaça com um remate travado por Roncaglio que ainda bateu no poste (2′); Dieguinho, a concluir da melhor forma um contra-ataque conduzido por Merlim, apontou o 1-0 com um remate que ainda bateu no guardião encarnado antes de entrar (4′).

O encontro entrou depois numa fase de muitas paragens, ou devido à queda de algo não percetível no recinto que obrigou à limpeza dessa zona, ou devido a um problema de Roncaglio na mão depois de se ter apoiado num placard publicitário, ou devido a algumas “picardias” entre jogadores que foram rapidamente sanadas. Futsal, nessa altura, houve pouco, antes de dez minutos finais até ao intervalo onde o Benfica foi mais rematador (com Fábio Cecílio a acertar uma bola no poste e Guitta a fazer uma série de intervenções mais complicadas) e o Sporting tentou aproveitar da melhor forma os erros que os encarnados iam cometendo para criar oportunidades soberanas como uma em que Dieguinho, isolado em 1×0, atirou por cima.

No reatamento, e já depois de um lance em que Pany por pouco não ganhou o duelo a Roncaglio para fazer o 2-0, um livre direto de André Coelho apontado pelo lado de fora da barreira junto ao poste com algumas culpas para Guitta à mistura não só deu o empate para o Benfica como mudou por completo as características que o jogo assumira até esse momento (26′): os leões foram apanhados mais do que uma vez desequilibrados nas transições defensivas, deixaram-se enredar pela ansiedade do resultado e os encarnados aproveitaram esse período para, após duas boas defesas de Guitta num lance 2×1 de novo criado por André Coelho (e com um livre perigoso de Merlim pelo meio), fazerem a reviravolta no marcador por Fábio Cecílio (28′).

O Benfica esteve próximo de aumentar a vantagem antes de duas chances flagrantes desperdiçadas por Merlim e Dieguinho, que não resultando em golo acabaram por estender a passadeira para os visitantes aumentarem a vantagem: Robinho, num remate colocado após grande assistência de Fits, e Fábio Cecílio, aproveitando um erro quando o Sporting já tinha Merlim como guarda-redes avançado em 5×4, fizeram o 4-1 em pouco mais de dois minutos (34′ e 36′). Cavinato, com um bis quase seguido aos 38′, ainda deu esperança ao conjunto verde e branco com o 4-3 mas, depois de um desconto de tempo para acalmar os ânimos, seria o guarda-redes encarnado Roncaglio, com um remate de baliza a baliza de pé esquerdo, a fechar as contas no último minuto, antes de Bruno Coelho, no derradeiro segundo da partida, marcar o 6-3 que se registaria no final do encontro.