Kim Jong-nam, meio irmão do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, colaborava com a CIA, como informador. A notícia foi avançada esta segunda-feira pelo Wall Street Journal, que cita uma fonte conhecedora do assunto. “Havia uma ligação” entre os serviços secretos norte-americanos e Jong-nam, garante essa fonte, que adianta que o norte-coreano teve vários encontros com a agência de informações antes de morrer e que, no dia em que foi morto, estava na Malásia para mais um desses encontros.
Além disso, o Wall Street Journal aponta como possível a ligação de Kim Jong-nam a serviços secretos de outros países, como a China, por exemplo.
Jong-nam, muito crítico da própria família e a viver no exílio, em Macau, foi assassinado, em 2017, no aeroporto de Kuala Lumpur, em 2017, de forma misteriosa. A possibilidade de o crime ter sido ordenado pelo seu meio irmão, Kim Jong-un, sempre foi admitida pelos serviços de informações da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, mas continua a ser negada por Pyongyang, que insiste que Jong-nam morreu de causas naturais, na sequência de um ataque cardíaco.
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Pelo contrário, a autópsia revelou que o meio irmão de Kim foi envenenado com um agente neurotóxico e uma versão altamente letal do gás sarín. O contacto com esse agente foi provocado por duas mulheres, que abordaram Jong-nam no aeroporto. Ambas alegaram que foram levadas a acreditar que estavam a fazer uma partida inocente para um programa de apanhados com uma câmara escondida. Uma delas, vietnamita, acabaria por confessar o crime, à ordem de quatro norte-coreanos. Foi condenada pelo homicídio, mas acabaria por ser libertada por bom comportamento.
O Wall Street Journal não divulga muitos detalhes sobre o tipo de colaboração que Kim Jong-nam poderá ter prestado à CIA. Esse trabalho como informador também constará de um livro, que vai ser publicado esta terça-feira por uma jornalista do Washington Post, chamado “The Great Successor” (em português, “O Grande Sucessor”).
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