O interesse da indústria automóvel nos veículos autónomos não se deve ao facto de os seus responsáveis estarem convencidos que os clientes estão ávidos por abandonar o volante, mas sim porque há serviços que terão de ser disponibilizados nas grandes cidades, muito em breve, que necessitam de carros sem condutor para serem viáveis. Os táxis e, sobretudo, os veículos de car-sharing precisam de não ter ninguém ao volante para serem competitivos, em termos de custos. A ponto de este tipo de aluguer de automóveis se assumir como alternativa à tradicional forma de utilizar um automóvel: comprando-o.

Os mais recentes construtores a optarem por uma solução que permita aos seus veículos prescindirem de ter um humano as comandos são a Renault e a Nissan, com duas particularidades. A primeira é que o negócio é realizado entre a Waymo, a divisão de condução autónoma da Google, e o Grupo Renault (Renault, Alpine, Dacia, Samsung Motors) e a Nissan. Não entre a Waymo e a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, o que deixa de fora a Mitsubishi. Paralelamente, a Nissan tem vindo a desenvolver o seu sistema Propilot, que monta no Leaf (e que agora também aparece no novo Clio), uma solução de condução autónoma de nível 2, que parece agora condenada a ficar para trás à medida que forem adoptados os níveis 3, 4 e 5 dos carros sem condutor, proporcionados pela divisão da Google.

O presente acordo visa permitir o acesso dos veículos das marcas envolvidas à tecnologia desenvolvida pela Waymo, de longe a mais sofisticada e desenvolvida do momento, “com mais de 16 milhões de quilómetros percorridos em estradas públicas”, de acordo com a empresa americana.

O contrato agora anunciado é apenas o primeiro passo numa relação que se prevê longa e lucrativa, especialmente para a Waymo, que venderá a tecnologia. Tem contudo a vantagem de colocar  Grupo Renault e a Nissan entre as marcas mais bem posicionadas para fornecer carros sem condutor num futuro próximo.

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