O Irão fez este domingo referência a um anterior incidente com outro drone “espião” americano, em finais de maio, e acusou os Estados Unidos de recorrerem a uma “jogada invasora” para aumentar a tensão na região.

Numa altura em que a tensão entre os dois países está a escalar, com registo de vários incidentes aéreos e marítimos, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Muhammad Javad Zarif, escreveu, na sua conta da rede social Twitter, que um drone americano MQ9 Predator B violou o espaço aéreo iraniano no dia 26 de maio.

Este incidente foi, portanto, anterior ao verificado na quinta-feira, quando Teerão abateu um drone americano por alegadamente ter violado o espaço aéreo nacional.

De acordo com Washington, o aparelho não tripulado estava em espaço aéreo internacional.

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Posteriormente, em resposta, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump anunciou um ataque contra três locais no Irão, que abortou, à última hora, alegando querer evitar um elevado número de mortos.

“Não quero matar 150 iranianos. Não quero matar 150 pessoas de sítio nenhum, a não ser que seja absolutamente necessário”, disse aos jornalistas.

Poém, Trump clarificou que ainda pondera uma ação militar contra o Irão. “[O uso da força] está sempre em cima da mesa, até resolvermos isto”, avisou, citado pela agência americana AP.

Este domingo, o Presidente iraniano, Hassan Rouhani, acusou os Estados Unidos de estarem a alimentar as tensões na região, através de uma “jogada invasora”.

Citado pela agência oficial iraniana IRNA, Hassan Rouhani responsabilizou a “presença militar intervencionista” dos Estados Unidos pelos problemas do Médio Oriente.

“Esperamos que a comunidade internacional adote uma reação apropriada a esta jogada invasora”, frisou, durante um encontro com a presidente da União Interparlamentar, Gabriela Cuevas, em Teerão.

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O clima de tensão entre o Irão e os Estados Unidos dura há bastante tempo, mas a crispação tem aumentado desde que Donald Trump retirou os Estados Unidos, há um ano, do acordo nuclear internacional assinado, em 2015, entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança — Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China (mais a Alemanha) — e o Irão, restaurando sanções devastadoras para a economia iraniana.

Na sexta-feira, os Estados Unidos pediram a realização de uma reunião à porta fechada do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para falar sobre os últimos desenvolvimentos relacionados com o Irão, o que deverá acontecer na segunda-feira.