“Por razões de honestidade”, Pedro Nuno Santos não quis avançar com uma data específica para as melhorias que se vão sentir nos comboios, resultantes do investimento de 45 milhões de euros em material circulante e mais 187 contratações aprovadas no novo plano estratégico para a CP. Mas garantiu: “Queremos recuperar num prazo de 18 meses um conjunto muito vasto de material circulante que está encostado há vários anos”.
Em entrevista à Rádio Observador, o ministro das Infraestruturas e da Habitação referiu que não seria correto avançar com uma data, especialmente “depois de tantos anos em que se foi degradando o serviço prestado pelas empresas”. A recuperação que se tem de fazer, acrescentou, “não produz resultados imediatos”.”Não me passaria pela cabeça criar a ilusão no imediato”, referiu.
[Ouça aqui a entrevista completa de Pedro Nuno Santos à Rádio Observador]
O Governo, recorde-se, aprovou esta quinta-feira um novo plano estratégico para a CP, que prevê um investimento de 45 milhões de euros em material circulante e mais 187 contratações, dos quais nove milhões serão para a Emef, empresa de manutenção ferroviária. Pedro Nuno Santos sublinhou que será feito um esforço para que, “à medida que se tenha o material circulante”, este vá sendo acrescentado à rede, garantindo que existem condições para se começar já a trabalhar nesta reestruturação.
Plano para a CP. Reabilitar comboios velhos, mais contratações e fusão com Emef
O ministro das Infraestruturas e da Habitação relembrou ainda a abertura da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário de Guifões, no Porto, e falou num “esforço muito significativo das contratações”, salientando ainda que 67 das 187 contratações previstas serão para a Emef. “Vamos começar a trabalhar desde já com a administração”, acrescentou o governante.
Não esquecendo o pedido de desculpas que fez no Parlamento sobre o estado dos transportes públicos em Portugal, Pedro Nuno Santos garante que o Governo “acredita seriamente nesta empresa” e que vai fazer um “grande esforço para a recuperar, para voltar ter uma CP grande, com força, com capacidade para servir com qualidade os portugueses”. “Obviamente que isso implica que se faça trabalho”, acrescentou.
Os 45 milhões de euros, dos quais nove milhões são para usar já este ano, vão financiar o esforço adicional de manutenção que será pedido à Emef. O dinheiro vai sair do Orçamento do Estado e é autónomo do financiamento que o Estado promete conceder à CP, ao abrigo do contrato de serviço público que está a ser negociado com as Finanças para financiar a operação e as linhas deficitárias. Pedro Nuno Santos referiu também que todos os operários que, a partir de agora, se forem reformando poderão ser substituídos automaticamente pela empresa sem ter que passar pelas finanças.