Três hospitais em regime de Parceria Público-Privada (PPP) lideram a mais recente avaliação do Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS) sobre Excelência Clínica, da Entidade Reguladora da Saúde (ERS). São eles o Hospital de Vila Franca de Xira (uma PPP que o Governo decidiu não prolongar), o Hospital de Cascais e o Hospital de Braga. Foram 96 os hospitais que conseguiram a classificação de Excelência Clínica, o que significa que cumpriram todos os critérios para a prestação de cuidados de saúde de qualidade, segundo os dados divulgados esta segunda-feira.
A avaliação teve em conta as áreas em que cada hospital tem mais notas máximas e quem tem mais avaliações de Excelência Clínica no total. O Hospital de Vila Franca de Xira, que recentemente soube que não iria ver renovado o contrato de gestão desta Parceria Público-Privada, lidera a lista, conseguindo uma classificação de três estrelas (nível 3) em seis das 13 áreas submetidas para Excelência Clínica: Cirurgia de Ambulatório, Cirurgia Geral (Cirurgia do Cólon), Área de Neurologia (Acidente Vascular Cerebral), Área de Obstetrícia (Partos e Cuidados Pré-natais), Área de Pediatria (Cuidados Neonatais) e Área de Cuidados Transversais (Avaliação da Dor Aguda).
Nas restantes sete áreas submetidas para Excelência Clínica, o Hospital de Vila Franca de Xira obteve 2+. “Estes resultados, em linha com os das avaliações anteriores, são reveladores do compromisso permanente com a qualidade do serviço”, referiu Pedro Bastos, presidente da Comissão Executiva do Hospital de Vila Franca de Xira, citado em comunicado, acrescentando ainda que os dados “demonstram a elevada competência dos profissionais de saúde do hospital que diariamente se empenham para prestar os melhores cuidados de saúde à população que nos procura”.
Já o Hospital de Cascais, também em regime PPP, conseguiu classificação máxima em seis das 11 áreas submetidas, sendo elas a Cirurgia de Ambulatório, Ginecologia (Histerectomias), Neurologia (Acidente Vascular Cerebral), Obstetrícia (Partos e Cuidados Pré-natais), Pediatria (cuidados neonatais) e Ortopedia (Tratamento cirúrgico da fratura proximal do fémur).
A terminar o pódio está o Hospital de Braga, que viu ser adiado por cinco anos o processo de avaliação que poderia fazer com que a sua gestão fosse entregue a um novo parceiro privado. Das 14 áreas de Excelência Clínica submetidas por este hospital, três obtiveram três estrelas: a Área de Cardiologia (Enfarte Agudo do Miocárdio), a Área de Cirurgia de Ambulatório e a Área de Pediatria (Cuidados Neonatais). Nas restantes onze áreas, o hospital conseguiu uma classificação de 2+.
O quarto hospital em regime PPP, o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, ficou em 19.º lugar, com as áreas de Partos e Cuidados Pré-natais e Cuidados Neonatais a conseguirem 3+. Já das entidades geridas pelo Serviço Nacional de Saúde, o que teve mais áreas com classificação máxima foi o Hospital Sr.ª da Oliveira Guimarães, com três áreas (Cirurgia de Ambulatório, Neurologia [Acidente Vascular Cerebral] e Obstetricia/ [Partos e Cuidados Pré-natais]) que obtiveram a classificação de três estrelas das 14 submetidas.
Dos 158 estabelecimentos hospitalares que o SINAS abrange, apenas 122 conseguiram a classificação de Excelência Clínica. Destes, 96 conseguiram a atribuição da estrela correspondente ao primeiro nível de classificação, cumprindo todos os critérios para a prestação de cuidados de saúde de qualidade. Veja abaixo a classificação dos dez primeiros lugares:
Esta segunda-feira, a agência Lusa avançou também que, relativamente ao ciclo de avaliação anterior divulgado em outubro do ano passado, foram menos os hospitais que cumpriram todos os critérios, uma diferença que se justifica pelo facto de ter aumentado o número de prestadores que não enviaram informação necessária por causa da transição do sistema de codificação. Os resultados envolveram a avaliação nas dimensões de Excelência Clínica, Segurança do Doente, Adequação e Conforto das Instalações, Focalização no Utente e Satisfação do Utente. Na primeira área, a análise reporta-se à informação sobre episódios de internamento com alta compreendida entre 1 de janeiro de 2017 e 31 de dezembro de 2017.
O relatório da ERS indica ainda que das mais de 84 mil reclamações na saúde registadas no ano passado pelo, 67% respeitam a unidades públicas, 23% ao privado, 8,9% nas quatro unidades em regime de parceria público-privada e 1,2% no social.
Quase 70% das queixas da saúde são no setor público e 9% respeitam às quatro PPP