O Presidente da República considerou na terça-feira, questionado sobre o estado da nação, que “o veredito verdadeiramente importante” é o voto dos portugueses nas legislativas de outubro em que, referiu, o seu voto é um em milhões.

Em resposta aos jornalistas, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa não quis pronunciar-se sobre o estado da nação em véspera de debate na Assembleia da República. “Isso seria antecipar-me a um debate que vai ser feito”, justificou.

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O chefe de Estado disse que esse debate parlamentar “encerra uma legislatura”, mas considerou que “a palavra última sobre a legislatura cabe aos votantes, aos eleitores, não cabe ao Presidente da República”.

Portanto, o Presidente da República tem um voto, que é o dele, e há milhões de votos de eleitores. Amanhã [quarta-feira] há um debate, chamemos-lhe assim, conclusivo, a encerrar a legislatura. E depois haverá o veredito verdadeiramente importante, que é o voto em outubro”, reforçou.

Nestas declarações à comunicação social, Marcelo Rebelo de Sousa recusou falar sobre diplomas específicos, como uma eventual Lei de Bases da Saúde que venha a ser aprovada no parlamento, mas referiu que já percebeu que irá ter “um verão intenso em termos de promulgação de leis ou veto, conforme o caso”.

“Espero que promulgação. Mas não quero antecipar juízos antes de conhecer os diplomas”, acrescentou.

O chefe de Estado adiantou que, entre os diplomas aprovados em votação final global na Assembleia da República que tem recebido, chegaram na terça-feira mais três “que têm todos a ver com a questão da transparência em geral na vida política”.

“Eu aguardo para ver as leis que vão sendo discutidas e votadas no parlamento. Vou recebendo”, afirmou, mencionando que “ainda há dezenas para votar, entre esta semana e a semana que vem”.

Questionado se está preocupado com uma nova greve dos camionistas, que aprovaram no 1.º Congresso Nacional dos Motoristas uma deliberação de pré-aviso nesse sentido, o Presidente da República respondeu que acompanha “atentamente o que se passa”, mas que não comenta “processos grevistas particulares”.