Luís Marques Mendes diz que o ministro da Administração Interna foi “um verdadeiro incendiário” na forma como geriu as polémicas dos incêndios desta semana. No habitual espaço de comentário no Jornal da Noite da SIC, este domingo, o comentador criticou a reação de Eduardo Cabrita às declarações do presidente da Câmara de Mação e às notícias sobre as golas inflamáveis distribuídas à população.

Ele foi um susto, um verdadeiro incendiário do princípio ao fim da semana. É uma semana horribilis para Eduardo Cabrita. Começou por atirar forte e feio ao Presidente da Câmara Mação — coitado do desgraçado daquele presidente da Câmara, que não esteve até a fazer críticas a ninguém, apenas a desabafar em público, porque constatou a falta de meios”.

Depois, em relação ao kits de auto-proteção distribuídos pela Proteção Civil, Marques Mendes diz que o ministo voltou a falhar, quando devia apenas ter feito “o óbvio”: reconhecer que poderia haver um problema e mandar abrir um inquérito de imediato. Em vez disso, num primeiro momento, “o que fez foi acusar a comunicação social de ser alarmista” porque “os kits eram magníficos”. Depois “deu o dito pelo não dito em 24 horas” e “afinal é preciso fazer um inquérito.”

15 horas de polémica das golas inflamáveis. As duas versões da Protecção Civil e a irritação do ministro com os media

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O comentador diz que Eduardo Cabrita mostrou desorientação e arrogância e que não foi o único. Marques Mendes estende as críticas a António Costa e ao Governo — criticado também por não ter conseguido “mudanças concretas que se vejam”, depois das tragédias de há dois anos. “Acho que estão nervosos e desorientados”, explicou, dizendo de forma irónica que o executivo tem demonstrado coerência na forma como gere politicamente a questão dos incêndios no país.

O Governo, em matéria de gestão política dos incêndios, tem sido um desastre. Mas manda a verdade que se diga que, no plano do desastre, é coerente. Porque foi um desastre em 2017, com descoordenação e muita incompetência. Foi desastre também no ano passado, no incêndio de Monchique — o Governo dizia que estava tudo bem quando foi um incêndio devastador, uma insensibilidade enorme. E esta semana foi o desastre total. A atuação do Governo em geral e do ministro da Administração Interna em particular foi uma coisa completamente desastrosa.”, concluiu.

Marques Mendes criticou ainda António Costa — que “nunca tem culpa — por tentar “sacudir a água do capote”, apontando o dedo aos autarcas, e disse que “ultimamente é um padrão do Governo reagir com arrogância e autoritarismo”, algo que tende a piorar.

À medida que o PS sobe nas sondagens e se aproxima da maioria absoluta, torna-se mais arrogante, mais insensível e mais autoritário”.

Críticas ainda ao presidente da Proteção Civil, Mourato Nunes, que recebe nota negativa do comentador por causa dos kits de autoproteção. Marques Mendes diz que a distribuição das golas inflamáveis “é uma trapalhada grave”, sublinhando que alguém poderia ter ficado ferido.

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